O Paraná está avançando na regulamentação da meliponicultora, a produção de mel de abelhas nativas sem ferrão. Em janeiro deste ano, a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento criou um grupo de estudos, dentro das ações da Câmara Técnica de Meliponicultura, para estabelecer as regras de produção, beneficiamento e comercialização do mel e demais produtos das abelhas sem ferrão. O grupo é formado por produtores, técnicos, universidades e institutos de pesquisa.
O Estado foi escolhido para a primeira reunião da Comissão de Estudo Especial de Meliponicultora da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), promovida na sexta-feira (8) na sede da Secretaria da Agricultura, em Curitiba. A comissão foi constituída no dia 5 de fevereiro com o objetivo de criar as normas que envolvem a cadeia produtiva da meliponicultora.
Humberto Bernardes Júnior, engenheiro agrônomo do Departamento de Economia Rural (Deral) e secretário-executivo da Câmara Técnica, explicou que, com a regulamentação, o Estado saberá o número de criadores de abelhas sem ferrão e contribuirá com a comercialização dos produtos da meliponicultora.
Hoje não temos muitos dados disponíveis porque não existe esse controle, mas sabemos que existem muitos criadores, alguns para a retirada do mel e outros apenas por hobby, disse Bernardes. Com a regulamentação no Estado, poderemos cadastrar os produtores, confirmar o número de caixas e espécies de abelhas, para traçar um perfil mais completo dessa atividade, explicou.
Atualmente, apenas três empresas no Paraná têm a regulamentação da atividade para criar as abelhas e comercializar o mel. Duas empresas, de Prudentópolis e Ortigueira, obtiveram a regulamentação junto ao Ministério da Agricultura. E outra empresa, a Coopercriapa, de Antonina e Guaraqueçaba, conseguiu o registro junto à Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar). Apenas dois estados brasileiros Bahia e Rio Grande do Sul regulamentaram a atividade.