Grande safra, inclusão produtiva e segurança alimentar com boas práticas de conservação do solo e da água. Esta é a expectativa do secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, para este ano, apostando na capacidade e competitividade da agricultura paranaense.
Concluindo um ano mediano em desempenho agrícola, devido aos problemas climáticos e crise financeira, estamos otimistas com o novo ano que promete uma safra recorde de verão e boa safra de inverno, destaca Ortigara.
Considerando que 90% dos municípios paranaenses têm sua base rural e que a agricultura é um dos primeiros segmentos a responder às dificuldades econômicas, a Secretaria vai apoiar as iniciativas de negócios inovadores, com pequenas e médias agroindústrias familiares. Em janeiro, já estaremos lançando novo edital de chamamento do Programa Pro-rural, com oportunidades para se implementar novas ações com valor agregado à produção, diz Ortigara.
Há uma forte tendência para próximo ano de um processo crescente de agregação de valor naquilo que é mais caro aos paranaenses que é sua agricultura, sua pecuária, sua agroindústria.
Durante o Encontro de Prefeitos ocorrido no fim do ano passado, em Foz do Iguaçu, o estande da Seab teve grande procura por parte dos futuros administradores municipais, preocupados em como enfrentar a crise neste inicio de mandato. As demandas apresentadas foram um bom termômetro para medir o interesse e a valorização do ambiente rural como estratégico para enfrentar a crise. Muita procura de apoio à manutenção de conservação de estradas rurais e também solicitações de maior intervenção e articulação na assistência técnica para melhorar o desempenho agrícola, lembra Ortigara.
Sanidade
Outra ação positiva para o agronegócio paranaense será a iniciativa na área de sanidade animal. Segundo Ortigara, o Paraná está negociando com o estado do Mato Grosso do Sul para sintonizar as ações para eliminar de vez a febre aftosa, doença que prejudica as exportações de carnes bovina e suína. Queremos criar um ambiente mais aberto ao comércio de carnes, disse.
Programas devem reduzir desigualdades regionais
A Secretaria da Agricultura vai consolidar as políticas de apoio aos agricultores mais vulneráveis, com iniciativas para capacitá-los e inseri-los num ambiente mais competitivo. Com recursos do Banco Mundial e contrapartida do Estado vamos apoiar novas agroindústrias familiares em áreas mais carentes do Estado, com o objetivo de reduzir as desigualdades regionais. Também vamos fomentar ações para o fortalecimento das cadeias produtivas na área de olericultura, frutas, produtos orgânicos, leite e agroindústria familiar, afirmou Ortigara.
Outra iniciativa será a ampliação do esforço para aperfeiçoar o desempenho da agricultura, com a melhoria da infraestrutura no meio rural. Teremos melhores condições de apoio às ações de recuperação e adequação das estradas rurais, com as patrulhas rurais que foram compradas com recursos do programa Pró-Rural.
Em 2017 seremos mais ousados na inclusão produtiva dos agricultores pobres, com recursos do BID, do Família Paranaense-Renda Agricultor e do Fundo de Combate à Pobreza , diz Ortigara. Haverá uma busca mais ativa de apoio na transformação de muitas famílias rurais que têm alguma aptidão para agricultura mas não estão conseguindo realizar o trabalho, começando pelo apoio na instalação de água encanada e saneamento básico.
Está previsto ainda um programa de maior segurança alimentar às famílias vulneráveis, com ampliação da rede de atendimento, reestruturação do Banco de Alimentos da Ceasa, apoio à implementação e funcionamento de restaurantes populares e compra direta da produção da agricultura familiar.
Ano começa com política de manejo de solos
A partir de fevereiro, a Secretaria quer tornar mais agressiva a política de manejo de solos e água. Estamos finalizando o processo de formação e capacitação de técnicos que serão enviados para planejar e executar ações no campo. Vamos querer resultados na área de bom planejamento conservacionista, diz o secretário.
A meta é treinar cerca de dois mil técnicos do serviço público e da iniciativa privada, que serão capacitados a orientar os projetos de conservação de solos e água nas propriedades rurais. Serão instaladas unidades didáticas de macro parcelas para servirem de modelos e extração de bons indicadores de manejo de solo e de água.
Apostamos na estratégia de percepção dos agricultores da necessidade de manutenção da boa condição de produção do seu solo. Um solo que precisa estar biológica, física e quimicamente bem resolvido, sem erosão, com boa cobertura e capacidade de absorver a chuva para que a agricultura continue competitiva, afirma.
Balanço
Segundo Ortigara, em 2016 o agronegócio passou por ajustes por causa da crise econômica, sofreu com o clima que teve influência da corrente El Niño, que contribuiu para a perda do ritmo de crescimento na produção. Foi um ano de ajustes, tivemos que enfrentar a elevação dos custos de produção das empresas e de outras cadeias produtivas, com a elevação dos preços do milho. E para agravar, ainda tivemos redução no consumo.
Conforme avaliação do secretário, o agronegócio ainda enfrentou prejuízos com o clima.