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Emater traz tecnologia para produção limpa de morango

A Emater vai promover até o final de maio, na Região Metropolitana de Curitiba, três dias de campo para mostrar uma nova tecnologia de produção de morango que diminui o uso de venenos. A técnica também torna o trabalho do agricultor com a plantação mais fácil e economiza água para a irrigação.

Batizado como sistema semi-hidropônico, ele já é adotado por 45 famílias atendidas por técnicos do Instituto em Mandirituba, com produção anual de 300 mil quilos de frutos. O primeiro treinamento aconteceu nesta quarta-feira, em Mandirituba, e os outros dois serão em São José dos Pinhais (24) e em Araucária (31).

“Temos um fruto mais limpo, redução de até 80% no uso de agroquímicos, racionalização do uso da água e dos nutrientes, maior produtividade e retorno econômico por área plantada. Temos, ainda, a diminuição do impacto ambiental e maior cuidado com a saúde do produtor, que realiza todas as práticas de cultivo e colheita em pé e não agachado”, explica o extensionista Sílvio Galvan.

João de Ribeiro Reis Júnior, coordenador regional da Emater, explica que no sistema tradicional o produtor cultiva o morangueiro em canteiros de terra. No modelo semi-hidropônico, o plantio é feito em sacos plásticos (slabs), cheios de substrato, que ficam suspensos por uma bancada em ambientes protegidos, como as estufas. “O substrato, totalmente livre de contaminação, é um material que fornece os nutrientes que a planta necessita. Ele é feito com casca de arroz carbonizada, turfa, vermiculita e casca de pinus misturados numa proporção que garanta uma boa retenção da água e aeração para as raízes e tenha decomposição lenta. O produtor pode comprar ou produzir o insumo no seu próprio seu sítio.”

O extensionista da Emater relata também que o sistema agora recomendado pela Emater traz vantagens econômicas quando comparado ao sistema convencional. “Apesar de ter um custo mais elevado na implantação, os benefícios acabam compensando. O agricultor, por exemplo, não precisa fazer rotação de cultura na área de produção, os tratos culturais são feitos em pé e o novo ciclo de produção é estabelecido com a troca dos slabs a cada dois ou três anos, sendo que em caso de infecção ele pode eliminar apenas o slab contaminado. As plantas são protegidas das chuvas e do sol forte e a ventilação impede estabelecimentos de doenças. O período de colheita é estendido por mais tempo”.

 

Dia de campo mostrará novidades para produtores

Foto: Divulgação

Tecnologia tem beneficiado produtores

Apresentando números, Reis explica que os produtores que adotam o sistema semi-hidropônico tem um custo médio de produção de R$ 74 por metro quadrado, contando o investimento em toda a estrutura. “A produção tem ficado na faixa de 11,4 quilos de morango por metro quadrado num ano, produto que é vendido por algo próximo de R$ 114. Esse resultado mostra que em um ano o produtor pode recuperar tudo o que gastou e ainda ficar com um bom dinheiro no bolso”.

O técnico Sílvio Galvan, comenta que a tecnologia tem beneficiado várias famílias da região que lidavam com a produção de frangos de corte e que ficaram em situação difícil após o frigorífico que comprava a produção falir. “Muitas delas tinham investido na construção dos barracões e ficaram com dívidas. Realidade muito complicada. A produção do morango semi-hidropônico apareceu como alternativa, exigindo apenas algumas adaptações para transformar o aviário em um ambiente de cultivo”.

O Paraná tem 723 hectares ocupados com a cultura do morangueiro. A atividade é desenvolvida por aproximadamente 1,3 mil famílias. Entre as espécies frutíferas cultivadas no Estado, ela ocupa o terceiro lugar na geração de receitas, chegando a R$164 milhões por ano.

A região metropolitana de Curitiba é responsável por 32% da safra paranaense da fruta, com 199 hectares cultivados. Araucária e São José dos Pinhais concentram quase 25% desta produção.

 

 

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