A chuvarada registrada na semana passada, entre os dias 5 e 7 de junho, em todas as regiões do Paraná aconteceu justamente quando os produtores plantavam o trigo. O solo encharcado fez o plantio ser interrompido, trabalho que foi retomado já no sábado, 10.
Segundo o economista do Departamento de Economia Rural (Deral) do núcleo regional da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) em Ponta Grossa, Luís Alberto Vantroba, em municípios como Tibagi, Sengés, Arapoti, Piraí do Sul e Ventania o plantio atinge de 60% a 90% das áreas, mas é possível encontrar propriedades com 100% finalizado.
Neste momento, hectares em Ponta Grossa, Palmeira, Castro, Carambeí, entre outros mais próximos, estão recebendo a cultura, onde se estima que 50% do trabalho está concluído.
De acordo com o economista, até o momento as chuvas provocaram apenas a paralisação do plantio, no entanto é preciso ficar atento a possível perda de nutrientes pela lixiviação, já que choveu entre 90 e 200 milímetros nos dias 5 e 6 deste mês. O produtor vai acompanhar a cultura e se apresentar sinais de amarelamento ou não desenvolvimento, talvez tenha que fazer uma suplementação, observa.
O engenheiro agrônomo, Tiago Fonseca, observa que por enquanto as chuvas não interferiram na qualidade do trigo plantado, em sua propriedade, há algumas semanas
Área
Com área reduzida, o plantio do trigo deve avançar significativamente a partir de agora. A área plantada é bem menor se comparada à de verão, comenta Vantroba. A previsão inicial é uma redução de 11.200 hectares de trigo, que deverá cair de 141.200 hectares para 130 mil hectares (18 municípios da região).
A produtividade também não deverá ser superior a registrada na safra 2015/2016, que foi de 3.965 quilos por hectares. A atual está estimada em 3.500 quilos por hectare.
Diante da redução, os produtores deverão colher em torno de 455 mil toneladas, 18,72% a menos que a obtida na safra 2015/2016, que foi de 559,8 mil toneladas.