Os produtores de trigo deram início à colheita nos Campos Gerais. Segundo estimativa do Departamento de Economia Rural (Deral) do núcleo regional da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) em Ponta Grossa, cerca de 35% da área plantada (130 mil hectares) já está colhida.
De acordo com o economista do Deral, Luís Alberto Vantroba, boa parte dos produtores está registrando quebra na safra. Grande parte está reclamando que não houve perfilhos, que o trigo não desenvolveu bem. Estamos trabalhando com redução na faixa de 200 quilos por hectare, comenta. No início do plantio, se estimava uma produtividade de 3.500 quilos por hectare e neste momento o que se observa são 3.300 quilos por hectare.
Conforme o economista, tem produtores que estão colhendo melhor. Sabemos que tem gente que colheu muito bem e muito mal; quem plantou bem cedo salvou porque a chuva de 20 de agosto foi suficiente, mas quem plantou depois sofreu e quem deixou para o início de julho pode colher um pouco melhor, explica.
Vantroba conta que alguns produtores estão colhendo entre 4 mil e 5 mil quilos por hectare. São os que plantaram mais cedo e contaram com a chuva de agosto, diz.
Como a colheita está na fase inicial, ele observa que de modo geral a quebra pode ser maior que os 200 quilos por hectare ou menor. Já falamos com produtores que colheram 2.500 quilos por hectare, observa.
Neste momento, a qualidade do trigo colhida é boa. Da mesma opinião que o economista é o produtor, Douglas Taques Fonseca. A qualidade está boa, quando é ano seco não dá doença, se produz menos, diz Douglas. Ele está colhendo trigo na propriedade de Tibagi, onde a quebra varia de 20% a 30%.
Conforme Douglas, o que prejudicou a safra foi à estiagem no inverno. Em Ponta Grossa, ele deverá iniciar a colheita na próxima semana, mas acredita que também haverá quebra.
Estimativa inicial apontava para 455 mil toneladas
No início de junho, quando os produtores estavam iniciando o plantio de trigo nos Campos Gerais (18 municípios), o Departamento de Economia Rural (Deral) estimava uma safra de 455 mil toneladas, volume menor que o colhido em 2016 (559,8 mil toneladas). A redução era devida à área plantada que passou de 141.200 hectares para 130 mil hectares. Já a produtividade média prevista era de 3,5 mil quilos por hectare.