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Tempo não é dinheiro

*Sandro Ferreira

Este ano não foi fácil para a maioria das pessoas no Brasil e no mundo. Exceções são da regra, mas em geral 2014 foi muito carregado no dia a dia da economia, da política, nas relações internacionais e interpessoais. Sinais de uma era de incertezas, assim como todas outras, porém, com agravantes típicos desta geração: poluição, secas, estresse, congestionamentos, compromissos, metas, inflação, impostos, guerras, crises, violência, terrorismo, doenças, enfim, a rotina que assusta e nos torna cada vez mais indiferentes, acostumados com tantas barbáries diárias.

Atualmente o mundo parece um grande cassino, onde a todo o momento pessoas estão apostando, com algumas ganhando, outras perdendo e os governos arrecadando cada vez mais e retornando cada vez menos. O capitalismo venceu várias crises e terá de continuar a vencer, apesar de tanta selvageria praticada por gananciosos, bandidos, oportunistas, corruptores e corruptos, muitos destes ditos grandes $ocialista$.

Que o capitalismo não é perfeito, disto não resta dúvidas, entretanto, assim como a democracia para a política, àquele para a economia continua o melhor sistema, sendo o único capaz de gerar riquezas, renda, empregos e dignidade, senão à maioria absoluta da população, ao menos à maior parte dos que se propõe a trabalhar, estudar ou empreender, planejando a sua ascensão social e a de sua família.

Ocorre que, hoje em dia se difundiu no planeta um capitalismo deveras voraz, frenético e aético, em muitos casos até insano, onde a China comunista(!) se inseriu de forma definitiva, ocupando a vanguarda da globalização econômica ao lado dos Estados Unidos; e o modelo de ambos os países que se tornou paradigma aos demais, é de que é preciso exterminar os concorrentes do mercado, maximizar lucros, explorar recursos humanos (muitos países ainda com casos de semiescravidão, inclusive no Brasil) e remunerar o trabalho abaixo das possibilidades, ou seja, um modelo predador, onde só sobrevivem os mais fortes e quem melhor se adapta, tal qual na seleção natural da vida.

No Brasil, a situação agrava-se ainda mais, pois por aqui existe um capitalismo capenga, extremamente dependente do Estado, seja pelo patrimonialismo político, com seus privilégios que parecem culturais, hereditários e vitalícios, ou pela via da corrupção, hoje sistêmica nos aparatos federal, estadual, municipal e generalizado nos respectivos Poderes Executivo e Legislativo, revelando-se também muito poderoso no Judiciário. Além da agora notória ação de corruptos públicos irmanados com corruptores privados, que somente em poucos anos desviaram mais de US$ 10 bilhões da Petrobras, no que pode ser chamado de privataria petista.

Em suma, o capital não pode ser um fim a qualquer custo. É preciso limites e princípios por um planeta mais saudável e uma coexistência menos conflituosa. Tempo não é dinheiro, pois dinheiro não compra a vida. Enriquecer deve ser bom, mas prosperar honestamente é melhor. E lembre-se sempre: de nada adiantará ser a pessoa mais rica do cemitério. Portanto, a partir de 2015 invista em você e na sua saúde. Feliz Natal e boas festas!

 

*Sandro Ferreira, cidadão ponta-grossensse (com colaboração de Mirian Cristina Ribas, acadêmica de Direito).

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