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Todo carnaval tem seu fim?

Por Matheus Mendanha Cruz

Principalmente depois de ingressar no meio universitário se tornou mais que uma obrigação a leitura de jornal, tornou-se um hábito prazeroso. Entretanto dentro desses últimos dias tem se feito um pouco pesaroso e enfadonho, já que a dinâmica do mundo, seja política, econômica, social, etc., tem estado paralisada na mídia nacional pelos mesmos temas e sem nenhuma modificação nos respectivos cenários.

Estamos prestes a adentrar ao final de semana do carnaval, aonde poucas pessoas não se divertem e o agradecem, afinal mesmo quem não se envolve diretamente com a folia carnavalesca se vê satisfeitos pela oportunidade de descanso e viagens. Em outros anos a essa época a mídia televisiva, e até a impressa, estaria inundada de informações sobre as festividades e preparações para as mesmas dos súditos do Rei Momo, mas o que se vê em 2015 são as informações sobre as atrocidades do Estado Islâmico, as mais variadas greves nos mais variados estados do país, o processo do Petrolão, a política nacional em crise, os problemas hídricos e energéticos e por aí vai.

O início de 2015 em vez de se demonstrar esperançoso por causa das novas administrações federais e estaduais mostra-se caótico. Será que nós estamos sendo vítimas das folias de carnaval? Rei Momo está ligado com a mitologia grega e representa o deus do sarcasmo e ironia. O Brasil votou por um país melhor e é isso que temos? Será mesmo ironia?

O desmando do governo federal gera uma burocratização em todas as instâncias, pois quem acaba por tomar a frente na ação é o legislativo através das leis. Prova desse desmando é a eleição do Cunha para presidência da Câmara e as atuais críticas, até do Dirceu, sobre as posições (ou a falta delas) governistas na operação Lava Jato. Como consequência, temos problemas sociais, desta feita até com os índios, uma vez que a câmara quer tomar pra si a função de demarcar as terras dos primeiros habitantes de nossa terra e com a supremacia da bancada ruralista já sabemos o que acontecerá.

Há quem diga que se Aécio tivesse sido eleito as coisas não aconteceriam diferente, mas a diferença, e o motivo da revolta, está no discurso da campanha. Dilma defendeu que não mexeria em direitos trabalhistas e mexeu, além das questões de impostos e arrochos de verbas para várias pastas, uma vez que o governo precisa tapar o grande furo financeiro deixado do ano passado.

Parece que tudo isso é um pesadelo, pois estamos sendo bombardeados com informações negativas das quais não conseguimos nos recuperar sem que outra pior nos assole, nos vemos perdidos sem consegui formular propostas de soluções para tantos problemas. Dizem que o ano aqui no Brasil só começa depois do carnaval e, olhando pra tudo isso, me lembro da música Todo Carnaval tem seu fim da banda carioca Los Hermanos, que diz: Todo dia o dia não quer raiar o sol do dia / Toda trilha é andada com fé de quem crer no ditado.

Espero que seja apenas um sonho e que esse carnaval, escárnio com a população nacional, se encerre de uma vez e que volte ao coração do brasileiro o ânimo e a esperança que lhes são tão particulares e extravie-se essa tão amarga dúvida que nos assola: Será que todo carnaval tem seu fim?

O autor é acadêmico de Licenciatura em História.

Será que nós estamos sendo vítimas das folias de carnaval?

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