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O Brasil é o nosso país

Sandro Ferreira

O momento presente do Brasil e do mundo oferece várias temáticas polêmicas, desde as atrocidades cometidas pelo ‘Estado Islâmico’ até o desastre anunciado deste segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, que compreensivelmente, predominam a pauta da mídia impressa, digital e televisiva. Entretanto, um movimento periférico que ocorre nos estados do Sul do país, não pode passar despercebido nem ser ignorado, sob o risco de tomar proporções indevidas, descabidas e imerecidas.

Trata-se da intenção, ainda que marginal, porém perceptível a olho nu, de separação dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul do restante do país. Intitulado O Sul é o meu país, o movimento tem espalhado adesivos, panfletos e argumentos a favor daquilo, que há poucos anos atrás era um anseio defendido apenas por poucos indivíduos, dados como insanos, e que nunca foram levados a sério pela grande maioria dos sulistas, nem pelo restante dos brasileiros.

Particularmente tenho orgulho da região Sul, mas não nutro a ilusão pretensiosa e irracional de nos considerar superiores em relação aos nordestinos. Sei que existem brasileiros do Nordeste mais qualificados, éticos e valorosos que muitos sulistas e vice versa. Portanto, são incabíveis conceitos peçonhentos e rasteiros, que estigmatizam uma região inteira, castigada por secas anuais, sertões indomáveis e aristocracias inescrupulosas. Da mesma forma inaceitável é a acusação injusta contra sulistas por parte de coronéis do cangaço (e de alguns notórios retirantes), que no intuito de perpetuar seu poder, acusam culpados ocultos ao flagrante atraso econômico, educacional e social sob os seus domínios.

A irresponsabilidade do ex-presidente Lula e da atual presidente da República na última eleição presidencial de 2014, que instigaram abertamente o conflito de classes do Brasil, acabou por aflorar um sentimento negativo entre os brasileiros de diferentes regiões, que vieram a se digladiar nas redes sociais, através de preconceitos descabidos e racistas. E a História nos prova aonde isso acaba.

A Alemanha pós Segunda Guerra Mundial foi dividida por um muro infame, que veio a ruir em 1989, junto ao desmonte do comunismo na antiga União Soviética, trazendo um custo bilionário ao país no seu processo de reunificação, apesar do sucesso espetacular da reunião nacional. As Coreias do Norte e do Sul ainda estão divididas, tendo o Sul capitalista e próspero, e o Norte comunista e miserável, este sendo governado há décadas por uma dinastia de ditadores cruéis, assassinos e vitalícios.

Ou seja, o Brasil tem problemas de Norte a Sul, mas também tem potencialidades extraordinárias em todos os seus estados. Ao invés de dividir, precisamos somar forças, pois só quando tivermos todo nosso potencial, humano e territorial, qualificado e ativo, nós poderemos dizer em alto e bom som: sou brasileiro com muito orgulho, com muito amor.

O autor é cidadão brasileiro.

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