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Falta de testes para covid-19 mascara realidade de contágio em Ponta Grossa

Por Launa Souza

Qual a explicação para Ponta Grossa, se comparada a outras cidades do Paraná, ter poucos casos confirmados de covid-19? Esta é uma das perguntas recorrentes na cidade. Para responder a esse questionamento, o Diário dos Campos ouviu dois especialistas, uma promotora e o prefeito Marcelo Rangel.

Os quatro apontaram como um dos fatores a falta de testes, indicando assim que há infectados na cidade, principalmente assintomáticos, que não foram diagnosticados. Qual a explicação para Ponta Grossa, se comparada a outras cidades do Paraná, ter poucos casos confirmados de covid-19? Esta é uma das perguntas recorrente na cidade.

Para responder a esse questionamento, o Diário dos Campos ouviu dois especialistas, uma promotora e o prefeito Marcelo Rangel. Os quatro apontaram como um dos fatores a falta de testes, indicando assim que há infectados na cidade, principalmente assintomáticos, que não foram diagnosticados.

Para se ter uma ideia, em todo o Paraná, até segunda-feira (20) foram aplicados 9.544 testes, sendo que 8.090 deram negativo, 1.007 positivo e 447 ainda estavam em investigação.  Se todos os testes fossem divididos pelos 399 municípios, daria 24 testes para cada um. 

Pedro Compasso – pneumologista 

Foto: José Aldinan

O médico pneumologista, Pedro Compasso, explicou que a quantidade de casos da doença é documentada pelo número de testes positivos. Segundo ele, alguns testes são realizados por via aérea e podem dar até 35% de falsos negativos. “A eficácia desses testes é de 65%. O local onde o material é coletado pode não conter o vírus e, mesmo assim, o paciente estar contaminado”.

Compasso explica que apenas 15% dos pacientes que foram testados no país apresentaram a doença: “Os outros 85% dos pacientes não são testados por falta de testes em todo o Brasil. Estamos então viabilizando para que esses testes sejam adquiridos, aumentando a capacidade de testagem”

Ponta Grossa apresentou, até o momento, sete casos positivos da doença. “Desses casos, temos ainda aqueles que foram testados e deram negativo para a doença, mas que poderiam estar contaminados. Então seria um número ainda maior de casos da doença na cidade”, disse o especialista.

Magno Zanellato – pneumologista e vereador (PDT)

Foto: José Aldinan

O pneumologista, Magno Zanellato, e também vereador de Ponta Grossa (PDT), participou de uma entrevista no DC, na última segunda-feira (20), e destacou que a questão dos números de casos confirmados na cidade ainda não é exata e destacou que esta situação gira em torno dos testes e também do processo de contaminação. 

“Sabemos que os casos registrados em Ponta Grossa ocorreram em contágios que vieram de fora. Mas, em relação ao contágio comunitário, somente os testes podem dar uma extensão real do quadro. Dentro disso, a estrutura de saúde de Ponta Grossa procurou estar bem preparada, providenciando leitos clínicos e de UTI”. 

Com relação aos testes rápidos, o especialista confirma que a Secretaria Estadual de Saúde está enviando caixas para Ponta Grossa. “Alguns laboratórios também estão enviando estes testes para hospitais da rede privada. No entanto, em conversa com pneumologistas do mundo todo, vemos que o resultado de muitos deles testam para o falso negativo”. 

O também pneumologista Magno Zanellato, vereador de Ponta Grossa (PDT), disse ontem que “a questão dos números de casos confirmados na cidade ainda não é exata” e destacou que esta situação gira em torno dos testes e do próprio processo de contaminação.

“Sabemos que os casos registrados em Ponta Grossa ocorreram em contágios que vieram de fora. Mas, em relação ao contágio comunitário, somente os testes podem dar uma extensão real do quadro”, disse Zanellato. Alertou, no entanto, que em conversas com pneumologistas de todo o mundo, foi alertado que “muitos desses testes rápidos atestam para o falso negativo”.

Zanellato disse que o exame chamado PCR comprova se tem material genético do vírus no organismo. Já os testes rápidos, verificam a imunidade do paciente. “Ocorre que muitos resultados apontam falso negativo e falso positivo. Isso vai de encontro com a qualidade dos testes. Muitos são produzidos a ‘toque de caixa’, de forma rápida, que coloca em dúvida a precisão dos resultados”, destacou. 

anellato aponta que o exame chamado PCR comprova se tem material genético do vírus no organismo. Já os testes rápidos, verificam a imunidade do paciente. “O que ocorre, são muitos resultados que apontam falso negativo e falso positivo. Isso vai de encontro com a qualidade dos testes. Muitos são produzidos a ‘toque de caixa’, de forma rápida, que coloca em dúvida a qualidade dos resultados”, destaca.  

Fernanda Basso Silvério – promotora de justiça 

A promotora de Justiça, Fernanda Basso Silvério, também concorda que os casos confirmados da covid-19 no Brasil não estão condizentes com a realidade que o país está vivendo. “Nem todas as pessoas estão sendo testadas, pois não há testes para todos. Evidentemente que esses números não são reais e não é uma questão apenas no Brasil, mas é algo que está acontecendo no mundo todo. E boa parte do dinheiro está sendo investido na compra de equipamentos e leitos, que também é muito importante neste momento”, apontou.  

Marcelo Rangel – prefeito de Ponta Grossa

Foto: Arquivo DC

A promotora de Justiça, Fernanda Basso Silvério, também concorda que os casos confirmados da covid-19 no Brasil não estão condizentes com a realidade que o país está vivendo. “Nem todas as pessoas estão sendo testadas, pois não há testes para todos. Evidentemente que esses números não são reais e não é uma questão apenas no Brasil, mas é algo que está acontecendo no mundo todo. E boa parte do dinheiro está sendo investido na compra de equipamentos e leitos, que também é muito importante neste momento”, apontou.

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