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Base desgastada

É quase consenso que a votação do projeto de lei 252, que faz alterações no sistema previdenciário do Estado, na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) que acontecia enquanto do lado de fora do prédio ocorriam cenas de guerra, com mais de 200 pessoas feridas, deixou a base governista no Legislativo desgastada. No início do ano o grupo de apoio ao governador Beto Richa (PSDB) na Assembleia era formado por quase 40 parlamentares, hoje, fiéis ao Executiva somam no máximo 32. Uma prova é que o crescimento do chamado ‘bloco independente’, que já soma 15 nomes e tende a crescer nos próximos dias.

Frente independente

Prova de que o governo do Estado possa a encontrar dificuldades na hora de aprovar algum projeto na Alep é a formação de um ‘frente parlamentar independente’, que deve se oficializar nos próximos dias. A ideia é formar um grupo que não seja ‘oposição pura’, mas que também não obedeça solenemente às recomendações do Executivo. “É um grupo que se fortalece, e o governo precisa dar valor a isso”, disse o deputado estadual Marcio Pauliki (PDT), um dos nomes que encabeçam a tal frente independente, que deve aglutinar nomes de siglas como o próprio PDT, PSC, PSD e PSB.

Abandonando Richa

Apoiador da reeleição de Beto Richa (PSDB) para o governo do Paraná, o deputado estadual Ney Leprevost (PSD) foi um dos que mudou de lado e debandou da bancada governista de uma vez. “Hoje o governador do Paraná rasgou a Constituição e quebrou o estado de direito democrático. Lamentável!”, declarou o parlamentar em sua conta no Twitter. Em seguida, ele pediu desculpas pelo apoio dado a Richa. “Nunca vi tamanha covardia na minha vida. Peço desculpas ao povo do Paraná por ter ajudado a eleger o Beto Richa”, admitiu.

Ignorou

Uma das informações que correm é que Beto Richa teria ignorado uma recomendação de Brasília para interromper a repressão contra os servidores no Centro Cívico. A senadora Gleisi Hoffmann (PT) conversou com o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que teria aconselhado Richa a interromper a ação policial. No entanto, Beto Richa não atendeu aos pedidos do Ministro e as tropas da Polícia Militar permaneceram por cerca de duas horas em ofensiva contra os servidores.

Sem clima

A batalha no Centro Cívico e a repercussão negativa fez com que o governo estadual cancelasse qualquer manifestação em alusão ao Dia do Trabalho. A festa que seria realizada onde dois dias antes mais de 200 pessoas ficaram feridas após ofensiva da Polícia Militar, foi adiada por tempo indeterminado. Ao menos, o governador Beto Richa divulgou, por meio de assessoria de imprensa, que sancionou um reajuste do salário mínimo regional de 8,8%, com quatro faixas salariais que variam de R$ 1.032,02 a R$ 1.192,45.

Rápidas

Um dia depois de dizer que a Polícia Militar ‘apenas reagiu’ e que não houve excesso durante a manifestação de professores e servidores no Centro Cívico, Beto Richa (PSDB) reviu o discurso e afirmou que um inquérito será aberto para investigar se houve abusos.

A mudança de tom teria sido uma tentativa de emenda após a repercussão negativa do fato em todo o país. Ainda assim, Richa voltou a afirmar que a violência teria iniciado por conta de ‘black blocs infiltrados’ entre os professores.

As imagens de policiais utilizando bombas e gás lacrimogênio contra professores ganhou espaço na mídia nacional, sites internacionais e foi um dos assuntos mais comentados do Twitter durante a tarde e a noite de quarta-feira.

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