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Até tu, Itaú?

Não é novidade para ninguém que existe uma vertente consolidada de migração dos investimentos dos bancos para as corretoras de valores. Ciente de que o movimento é irreversível uma vez que as corretoras apresentam especialistas bem treinados e múltiplas opções de produtos melhores que os bancos de varejo, o maior banco da américa latina se rendeu e (virou a casaca) fortaleceu ainda mais esse movimento.

O Itaú Unibanco comprou grande parte das ações PN (ações preferenciais, que dão direito ao lucro da empresa e não ao controle da gestão) da XP Investimentos. O banco adquiriu 49,9% das ações da XP pela impressionante cifra de R$6,3 bilhões de reais garantindo, ainda, um aporte de R$600 milhões na empresa visando fortalecer seu crescimento. A XP Investimentos, maior corretora de valores do Brasil, detém hoje uma custódia total de R$85 bilhões de reais em investimentos e já é maior que muito banco conhecido.

Com apenas 16 anos de existência e pautada em escritórios de agentes de investimento, a XP, nascida no Rio Grande do Sul, tornou-se um gigante da indústria de distribuição de investimentos e criou o conceito de Shopping Center Financeiro, onde incorpora múltiplos produtos e emissores dentre renda fixa, previdência privada, seguros, ações, câmbio, gestão de recursos e outros.

Para quem não sabe, um agente de investimento é uma pessoa autorizada pela CVM para distribuir produtos de investimento a investidores comuns, pessoa física ou jurídica, e precisa passar por uma dura prova de certificação para exercer sua função.

Com esse movimento de adquirir o potencial de lucro ao invés de adquirir o controle da empresa, o Itaú larga na frente dos seus concorrentes. O Bradesco já havia comprado uma corretora anteriormente, mas com outro propósito. Na década passada a corretora Ágora dava os primeiros sinais de representar perigo futuro aos bancos. Crescia exponencialmente com uma proposta inovadora e um ótimo sistema de home Broker para compra e venda de ações. Na época o Bradesco arrematou-a por R$830 milhões, incorporou sua tecnologia para a Bradesco Corretora e sucateou a Ágora.

O movimento não foi suficiente. Pouco tempo depois a XP explodia em números e acumulava 70% dos agentes de investimento disponíveis nas corretoras de todo o país. Com o crescimento, houve aportes de fundos internacionais renomados como o Actis e o General Atlantic, que tem em seu quadro societário o bilionário brasileiro Carlos Alberto Sicupira. A entrada do Itaú ainda reserva novas compras de ações, podendo elevar sua participação nos lucros da XP à casa dos 75% em 4 anos e assumir o controle da empresa em 2033.

Com o fato relevante emitido pelo Itaú comprovando a compra com a garantia de que não irá interferir na independência da XP, a corretora sai fortalecida como principal casa de investimentos do país e poderá muito em breve fazer frente aos grandes bancos de investimento do país.

BB Estilo, Safra e Bradesco Premier devem sim ficar muito preocupados com a situação!

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