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Os perfeccionistas e as exigências das organizações

Durante as entrevistas de emprego, a tradicional pergunta sobre qualidades e defeitos dos candidatos divide opiniões quando a característica apontada é o perfeccionismo. Este traço de personalidade, de acordo com uma pesquisa, está presente em duas a cada cinco pessoas e tem mais relevância para o ambiente organizacional do que muitos imaginam.

A medida certa

Mas não é a preocupação com os resultados que gera problemas e sim o nível de exigência em relação a si mesmo e aos demais colegas.Existem pessoas que buscam a perfeição sem comprometer sua auto estima e o trabalho desenvolvido. Porém, o que gera implicações negativas no dia a dia de muitos homens e mulheres é um sentimento de que serão aceitos somente se forem perfeitos. Eles consideram seus erros como defeitos pessoais, o que causa muita ansiedade e um círculo vicioso que parece não ter fim, explica a psicóloga Salete Martins.

Encontrar respostas

Para a gerente financeira Sandra Menezes, a autocritica constante e a necessidade de chegar à perfeição em todas as suas atividades nunca comprometeu o desempenho profissional, mas gerava ansiedade e angústia com frequência. Eu sempre acreditei que precisava mostrar que podia fazer certo, perfeito e, independente dos resultados, a ansiedade constante em relação à expectativa dos outros era o que me deixava mais preocupada, lembra Sandra.

Excesso de exigências bloqueia ações

Há alguns meses, a gerente iniciou um acompanhamento para superar o medo de dirigir e percebeu que o perfeccionismo era a causa da ansiedade constante em várias áreas de sua vida, não apenas profissional. Os perfeccionistas, de maneira geral, não estão preocupados apenas com uma atividade desenvolvida por eles, mas com várias, quando não com todas. E é natural querer entregar os melhores resultados no trabalho e apresentar um bom desempenho no trânsito, por exemplo. No entanto, quando as cobranças em relação ao próprio desempenho começam a ficar tão fortes a ponto de evitar algumas atividades como dirigir ou mesmo procrastinar o trabalho, isso representa um alerta importante que não deve ser ignorado, analisa a psicóloga.

Uma solução inesperada

Depois de evitar assumir o papel de motorista por mais de dois anos, apesar de ter carteira de habilitação, Sandra voltou ao trânsito em maio e descobriu outros benefícios ao superar o medo de dirigir. Os exercícios de respiração, por exemplo, me ajudam tanto na direção do carro quanto no controle da ansiedade no meu trabalho. Continuo atenta para entregar os melhores resultados possíveis, mas a diferença é que consigo trabalhar sem o peso da ansiedade constante, destaca a gerente financeira.

Frase

Não arrisque mais do que você pode perder, mas arrisque alto o suficiente para que um eventual ganho tenha relevância (Ed Seykota)

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