Evitar riscos
Um dos assuntos mais comuns quando se fala em sucessão familiar é o choque de ideias existente entre pais e filhos. De um lado estão os jovens interessados em modernizar, em ampliar, em renovar os processos dentro da empresa e de outro lado, o patriarca e a matriarca preocupados em manter as tradições e principalmente não fazer com que mudanças radicais coloquem em risco a continuidade dos negócios da família. Isso acontece porque o choque de gerações é decorrente de ambientes culturais completamente diferentes.
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Evitar sofrimentos
Em muitos casos, os pais foram moldados por experiências extremamente restritivas, isto é, começaram lá de baixo, tendo de lutar por cada centavo, tendo de se privar de uma série de coisas para poder investir na empresa até que finalmente os negócios se solidificassem e a empresa começasse a crescer. Já os herdeiros são frutos justamente da preocupação dos pais de privá-los de tantos sofrimentos. Os pais, de certa maneira, acabaram colocando os filhos numa condição de preparo diferente, num ambiente cultural diferente do que eles viveram no passado e que os qualificou de certa maneira a dar valor às conquistas da empresa. Agora, os pais começam a exigir que os filhos pensem como eles, sem ter vivido as mesmas experiências que eles.
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Experiência adquirida
Os herdeiros, por sua vez, esquecem que todo o sofrimento e a experiência dos pais que foi adquirida ao longo de tanto tempo é que determina qual o melhor caminho. Em bom português, um herdeiro deve lembrar que somente quem já tem experiência é que sabe como a experiência deve ser adquirida, seja inovando ou mantendo alguns processos para tentar mesclar a inovação com a continuidade, com a sobrevivência dos negócios da família. Nessas horas, herdeiros e patriarcas que conversam e tentam equalizar interesses são aqueles que têm maiores chances de continuar sobrevivendo no mercado. Para a coluna Visão Empresarial
Luciano Salamacha