A empresa Ambiental Campos Gerais Gerenciamento de Resíduos Ltda aguarda apenas a licença prévia do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) para iniciar a instalação de um novo Centro de Tratamento de Resíduos (CTR) em Ponta Grossa. O local a ser utilizado corresponde a uma área de aproximadamente 300 mil metros quadrados, localizada no Bairro Periquitos, onde funciona a Pedreira Boscardin.
A Pedreira, o Grupo Arena de pavimentação e minério e a MTX Construtora Ltda formaram um consórcio para gerenciar esse novo CTR particular, e já possuem autorização do proprietário da área para realização de estudos sobre o empreendimento. De acordo com o representante da Ambiental Campos Gerais, Maurício Hayar, estudos técnicos demonstraram a total viabilidade para criação do Centro, que poderia ser utilizado pelo período mínimo de 37 anos. A pedreira já retirou minério do local por anos, realizando o manejo ambiental constante. A criação do aterro seria uma forma de compensação, recompondo a área e oferecendo uma alternativa de destinação de resíduos, com tratamento adequado, explica.
Os estudos tiveram início há cerca de um ano e meio, por iniciativa dos empresários envolvidos. No final de 2016, a Prefeitura de Ponta Grossa manifestou interesse no uso do novo CTR, tendo em vista que o Aterro Botuquara está prestes a ser desativado, e um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) junto ao Ministério Público do Paraná (MP-PR) exige que o Município defina até julho o novo destino dos resíduos sólidos da cidade. A Prefeitura já emitiu uma certidão de anuência quanto ao uso e ocupação do solo para essa finalidade.
Expansão
O empresário Luiz Eduardo Pillati, proprietário da área, lembra que o empreendimento não tem vínculo com a Prefeitura de Ponta Grossa. Esse será um CTR particular, que pode servir aos interesses do Município. Mas também pode atender a municípios em um raio de 100 quilômetros, conforme apontaram nossos estudos, além de indústrias, diz. A Pedreira continuará em uso e, a cada mês de retirada de minério, será disponibilizado espaço para mais três meses de depósito de resíduos, o que permite que o uso do CTR ultrapasse, no futuro, os 37 anos atualmente previstos.
Viabilidade técnica e econômica
O secretário de Meio Ambiente, Paulo Barros, acredita que o CTR particular é uma alternativa viável. A legislação permite a terceirização de serviços de saneamento, como já ocorre com a distribuição de água e coleta de esgoto. E o Aterro Botuquara está em uma região de fragilidade ambiental e de difícil operacionalização. Acreditamos que a terceirização é uma alternativa, explica. A presidente do Comdema, Caroline Schoenberger, revela que os conselheiros julgam o novo local proposto como ideal para a destinação dos resíduos. Mas há detalhes que ainda exigem verificação. Precisamos aguardar os licenciamentos ambientais, e analisar a viabilidade econômica do uso da área. Temos que pensar que, além de o Município pagar pelo uso desse novo espaço particular, também precisaria continuar pagando pela manutenção do Aterro Botuquara, mesmo após ser desativado, lembra.
Exigências para instalação do CTR:
Impermeabilização: A área possui uma jazida de argila que permite ser utilizada na impermeabilização do solo, evitando que o chorume contamine outras áreas. A região geográfica corresponde à chamada Formação Ponta Grossa, cujo solo também é menos permeável.
Rios: O local deve estar a, no mínimo, 5 Km de um corpo hídrico de grande volume. O CTR ficará a 12 Km do Rio Tibagi. A área também está distante de local de coleta de água potável.
Parques: O local deve estar a, pelo menos, 5 Km de Unidades de Conservação. O CTR estará a 18 Km do Parque Nacional dos Campos Gerais.
Casas: Não pode haver casas isoladamente instaladas em um raio de 300 metros do local. O CTR atenderá e a esse item.
Aeroportos: O local deve estar a mais de 10 Km de aeroporto. O Aeroporto SantAna ficará a 23 Km do CTR.
Vilas: O local deve estar a mais de 1,5 Km de vilarejos. A mais próxima vila rural ficará a 1,7 Km de distância do CTR.