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Vai ser dada a largada

Operário estreia hoje no Paranaense diante do Maringá fora de casa e tenta apagar má impressão deixada no ano passado

 

Rodrigo Covolan

Contratado como referência ofensiva, Douglas se machucou durante a pré-temporada mas anotou dois gols no último jogo-treino no meio de semana e pode ser um dos destaques do ataque alvinegro

 

 

Rodrigo Covolan

Integrante do elenco do Operário em 2011 e 2012, o zagueiro Marcelo Carvalho é uma das referências da defesa do Operário, que também irá contar com Douglas Mendes

 

O Operário começa neste domingo – diante do Maringá, a partir das 17 horas, no Willie Davids – mais um Campeonato Paranaense. Mais do que tentar uma performance que o recoloque entre os melhores do Estado, o alvinegro ponta-grossense busca apagar a má impressão deixada na última participação no Paranaense.

No ano passado o clube de vila Oficinas acabou fazendo uma má campanha, terminou entre os quatro piores da primeira fase e teve de lutar pela sobrevivência na elite estadual no ‘Torneio da Morte, se safando do rebaixamento a duas rodadas do fim do Estadual.

Daquele elenco, pouca coisa restou, apenas quatro atletas foram mantidos e a aposta foi na montagem de um elenco completamente novo. O técnico Itamar Schulle foi a aposta para tentar comandar uma equipe que seja capaz de protagonizar um feito – ao menos – melhor do que a última impressão deixada aos torcedores alvinegros.

Referências

Deste novo grupo de jogadores, poucos são figuras conhecidas da torcida, e a partir da partida deste domingo no norte do Estado poderão despontar como referências da equipe no Paranaense.

Presente na última grande campanha do Operário em um Paranaense, o zagueiro Marcelo Carvalho integrou o elenco de 2011, que terminou o Estadual na terceira colocação geral (melhor resultado do clube em quase 20 anos). De volta a vila Oficinas, o defensor que tem passagens pelo Paraná e futebol gaúcho (assim como boa parte dos jogadores contratados) é uma das lideranças da defesa. “Futebol é coletivo, e o destaque sempre vai ser o grupo, mas é claro que em determinados momentos o individual se sobressai, isso sempre vai existir, faz parte do trabalho. Eu sou um jogador que costuma falar bastante em campo, é natural que alguns jogadores tenham essa característica, então pode ser que eu, ao lado de algum outro jogador acabe se tornando uma das lideranças do grupo”, disse o zagueiro.

Já o atacante Douglas, que estava no Tupi (MG) – e antes defendeu o Novo Hamburgo (RS), Cricíuma, entre outros times – foi contratado sob a expectativa de ser um dos destaques ofensivos do clube. O atleta, no entanto, acabou tendo problemas físicos e ficou fora de algum dos compromissos da pré-temporada alvinegra. No meio de semana ele retornou e participou de um jogo-treino onde anotou duas vezes.

Enquanto Douglas se ausentou, quem acabou se destacando na pré-temporada foi o atacante Paulinho, titular em boa parte dos testes antes do Paranaense,  o jogador que estava no Bragantino protagonizou boa parte das chances de gol no amistoso contra o Coritiba no domingo anterior (25). “A expectativa é boa, acabei fazendo uma boa pré-temporada, mas acredito que o destaque é o grupo, não acho que esse elenco tem um só jogador que pode ser um destaque individual”, analisou o atacante.

 

Rodrigo Covolan

Destaque durante os jogos na pré-temporada, Paulinho protagonizou as principais chances de gols no amistoso contra o Coritiba e pode ser uma opção ofensiva no esquema de Itamar Schulle

 

Perfil defensivo é aposta para triunfar longe de casa

A definição dada por Itamar Schulle ao elenco do Operário neste ano é bastante sincera: “Não temos um elenco de alta qualidade técnica. O que temos é uma equipe muito competitiva, aguerrida, que briga muito, com jogadores com características de marcação muito forte”.

Com um perfil ‘aguerrido’, ‘pegador’, o Operário aposta em um elenco formado por jogadores cujas carreiras boa parte delas inclui passagens pelo futebol do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, o próprio Schulle tem como maior experiência no sul do país. “Estive aqui em 2011 e 2012, e o que posso dizer é que tudo é completamente diferente, o grupo abraçou essa proposta, essa cobrança toda. E com certeza o elenco vai batalhar, mostrar muita garra, pegada, em busca do objetivo que é a vaga na Série D do Campeonato Paranaense”, garante Marcelo Carvalho.

Uma das justificativa para aposta em um elenco mais ‘pegador’ e defensivo é o pouco tempo que o Operário ficará em casa. O alvinegro jogará apenas quatro jogos no Germano Krüger (já que o clube perdeu um mando de campo por conta de uma placa arremessada em uma partida do Estadual do ano passado), e o primeiro confronto em casa acontecerá somente no dia 22 de fevereiro.

Ainda assim, a expectativa traçada por Schulle é por um bom Estadual: “É um grupo bom, que tem condições de brigar pelos objetivos, com um ótimo ambiente e que tem demonstrado bastante união, isso faz a diferença”.

 

‘Amigos’ viram tentativa de salvação financeira

Fora de campo, o Operário também mudou do ano passado para cá. Se em 2014 o clube viveu uma penúria financeira, para este ano a salvação encontrada foi em ‘amigos’. Um grupo de 40 empresários de Ponta Grossa investiu no futebol profissional e a direção apostou na modernização do Germano Krüger e na criação de um plano para sócio-torcedores.

A venda de planos virou a principal ação do departamento de futebol do Operário, que reformou parte do estádio justamente para atrair os sócios-torcedores, e inflou os preços dos ingressos avulsos.

O grupo de investidores foi a solução encontrada para que o clube não dependa da terceirização do futebol profissional, como ocorreu em anos anteriores com a Premier Soccer e a LA Sports (em 2011 e 2013, respectivamente). “Por isso foi criado esse grupo de amigos, são esses empresários que estão ajudando, porque se eles saírem, o futebol vai cair na mão do investidor, como aconteceu em outros anos”, disse Antônio Luiz Mikulis, diretor de futebol do clube. “São amigos do Operário que vão ajudar o futebol, mas o clube não é uma entidade filantrópica, estamos mudando essa mentalidade buscando a modernização”, resume Mikulis. O diretor, inclusive, é uma das novidades da estrutura de 2015 do Operário. Dirigente do alvinegro na década de 90, quando o Operário fez campanhas que figuraram entre os quatro melhores do Estado e chegou até a fase final da Série B nacional, o empresário retornou ao futebol este ano, com a missão de comandar a reestruturação do futebol profissional do clube.

 

Adversário tem conhecidos e virou exemplo

Vice-campeão estadual, o adversário do Operário se tornou um dos exemplos do futebol do interior do Estado. Com menos de cinco anos de existência, o clube do norte do estado já alcançou uma decisão do Paranaense já em sua primeira participação na elite estadual.

No ano passado o Maringá chegou à final contra o Londrina e foi derrotado nos pênaltis, em casa. Daquele elenco, boa parte foi mantida, incluindo o treinador Claudemir Sturion. O treinador tem na bagagem um currículo que inclui passagens por diversas equipes do interior do Paraná, incluindo o próprio Operário. Além do técnico, o elenco do Maringá ainda conta com jogadores conhecidos dos operarianos, como os volantes Serginho Paulista e Zé Leandro (que não irá jogar neste domingo por estar lesionado).

“é uma equipe muito difícil, manteve 80% do elenco que foi vice-campeão, os atletas conhecem o técnico, todos se conhecem, diferente do Operário, que foi montado há alguns meses, isso acaba fazendo a diferença e por isso que o Maringá é o favorito”, resume Itamar Schulle.

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