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Bolão é tradição de família em PG

O chamado Bolão, uma variação do Boliche, é tão antiga quanto o nosso futebol e conta com órgãos oficiais que regem o esporte em todo o país. No Brasil existe a Confederação Brasileira de Bocha e Bolão (CBBB) e suas federações, como a Paranaense de Bolão (FPB). A modalidade é bem organizada e o Brasil já sediou até um mundial, no Rio Grande do Sul, em 2011. A competição contou com representantes da Alemanha, Argentina, Bélgica, França, Holanda, Luxemburgo, Portugal e Brasil.

Em Ponta Grossa, o Bolão é praticado há quase 100 anos em clubes como o Princesa dos Campos (Verde), América e Guarani. Os competidores são um grupo unido na cidade e às vezes se dividem entre um e outro realizando torneios.

Durante esse tempo, o esporte teve altos e baixos na cidade. Hoje o clube Verde, que coleciona troféus desde os anos 1950, conta com três equipes. A maior delas é a feminina, com aproximadamente quarenta bolonistas, denominado Damas do Bolão.

Sabrine Vassão de Camargo, de 40 anos, joga Bolão há 25 anos e é uma das integrantes da equipe do Verde. “É tradição de família. Aprendi com meus pais e meus filhos pequenos também já praticam”, conta. Nos três clubes há equipes masculinas e de casais. Juraci de Oliveira Mendes Moro, de 52 anos, disputa a categoria máster pelo América. “É muito bom. Exige muita técnica e concentração. Além disso, fazemos muitas amizades e todo mundo nos clubes formam também a seleção ponta-grossense”, completou ela.

Paulo Ricardo Bendix, de 63 anos, que coordena o bolão no Verde lembra que nos bons tempos, o jogo funcionava também com apostas, assim como no turfe. “Era comum a prática do bolão em bares e as pessoas apostavam num jogador”, lembra ele, que tem quarenta anos de Bolão. Bendix só lamenta que hoje está diminuindo o número de praticantes. “ Não sei, acho que hoje em dia existem muitas outras opções e as novas gerações não estão muito interessadas”, avaliou o coordenador.

No último dia 12 encerrou o Paranaense de Bolão, em Curitiba, reunindo finalistas de Curitiba e Cascavel. Ponta Grossa ficou com a décima primeira colocação. Hoje a força do Bolão no Estado é a Sociedade Thalia, da capital, que venceu o torneio.

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O jogo

De origem germânica, o objetivo do Bolão é arremessar uma bola de 10 até 11 quilos para derrubar 9 pinos, distantes 18 metros oficialmente. Cada jogador lança cinco bolas em caca uma das quatro pistas. Se derrubar todos os pinos atinge a pontuação máxima: 180 pontos. Cada partida dura em média 1h20. A diferença para o Boliche fica basicamente por conta dos pinos. No Boliche, são 10 pinos e mais tentativas, conforme os que vão ficando em pé. No Bolão há também toda uma linguagem própria. O “tiro” é quando o atleta arremessa a bola com força, além do “furão”, quando o competidor erra e  o chamado “deu 9”, pontuação máxima na jogada. O primeiro lançador da equipe é chamado de “abre rosca”, e o último “fecha rosca”. A bola custa em média 200 reais ou mais,  conforme a tecnologia utilizada. Não é necessário luvas ou outro equipamento, a não ser a exigência de calçados com solado bem aderente e claro.

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