O centenário e obstinado Operário Ferroviário Esporte Clube iniciou a temporada 2017 com dois objetivos fundamentais traçados pela atual gestão do futebol profissional, que tem à frente o empresário Álvaro Góes Filho. Mas quiseram os deuses do futebol atender apenas um deles, que foi justamente o acesso à terceira divisão nacional. De fato, este sim, o mais importante e sonhado anseio de toda a nação alvinegra, ou graxeira, como era conhecida nos primórdios.
A permanência na segunda divisão do Estadual causou instabilidade e cobrança da torcida. Esse objetivo ficou para a próxima temporada, com a esperança de que o Fantasma voltará a assombrar na elite paranaense, na qual foi campeão de forma brilhante em 2015, diante do todo poderoso Coritiba, em pleno Alto da Glória.
Para alcançar a Série C, o time comandado por Gerson Gusmão mostrou comprometimento e suou a camisa jogando pela imprevisível Série D, de norte a sul deste imenso país. Tudo graças à façanha conquistada na temporada anterior, pelo jovem time campeão da Taça Federação Paranaense de Futebol Sub-23.
A partir disso, entre os 68 clubes que iniciaram o Brasileirão da quarta divisão, em 2017, o determinado time alvinegro assombrou e chegou até as semifinais sem perder nenhum jogo em casa. A preparação física, da responsabilidade de Jackson Schwengber, foi fundamental. A confirmação do acesso se deu na partida contra o Maranhão Atlético Clube, que no jogo da volta, abarrotou mais de 8 mil torcedores no Estádio Germano Krüger. Vitória histórica por 2 a 1, com o Fantasma sobrando em campo e show espetacular da torcida. Um momento inesquecível para quem estava presente.
Emoção pura
Na campanha, o confronto mais dramático foi contra o Espírito Santo, nas oitavas de final. Sem dúvida, o duelo mais difícil e emocionante na busca pelo acesso. Tudo começou longe de casa. Na partida de ida, em Cariacica, o Fantasma perdeu por 1 a 0. Na volta, em Vila Oficinas tinha que, no mínimo, devolver o placar para levar a decisão para os pênaltis. E foi justamente isso que aconteceu no Germano Krüger.
Schumacher e Simão foram os heróis. O atacante fez o gol tão esperado, aos 25 minutos do segundo tempo. Depois brilhou a estrela do goleiro Simão, que defendeu uma das cobranças e agradeceu a Deus. Na lembrança das derradeiras cobranças, a adrenalina subiu e teve gente que nem teve coragem de olhar para o campo. No final, o êxtase pela classificação. Enfim, ainda tem muito jogo pela frente.