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“A Educação será nossa prioridade nacional”, diz Dilma Rousseff

No primeiro turno, Dilma Rousseff chamou a atenção para o ‘relacionamento republicano’ que manteve com estados e municípios, e comemorou a retirada do Brasil do mapa mundial da fome. Na entrevista que está sendo publicada hoje, feita para o segundo turno, fala da importância que a Educação terá no caso de um segundo mandato. “A Educação estará no centro de tudo, da creche à pós-graduação”, afirma.

Que mudanças devem ocorrer em seu discurso, agora, no se­gundo turno?

Dilma Rousseff – Há dois projetos em disputa nessas eleições, dois proje­tos que são muito distintos e já foram testados na prática. Dois projetos com rumos, prioridades e compromissos bem distintos. Isso é algo que está fi­cando cada vez mais claro para o elei­tor. Por exemplo, a maneira como fo­ram enfrentadas as crises. Os governos tucanos sempre enfrentaram as crises com políticas econômicas ortodoxas e recessivas, cortando investimentos, empregos, políticas sociais e salários e elevando fortemente os juros. Nós seguimos um caminho completamen­te diferente para enfrentar uma crise muito mais séria: defendemos o em­prego e os salários, mantivemos as po­líticas sociais, desoneramos diversos produtos, reduzimos os juros dos ban­cos públicos, estimulamos o consumo. Resultado: a inflação média anual dos governos Lula e meu ficou em 5,9%, enquanto a dos governos tucanos foi de 9,2%. O índice de desemprego em 2002 chegou a 11,7%, hoje é de 5%, o menor da história. Nos governos tucanos, os salários pouco valiam. Nós valorizamos os salários. O mínimo cresceu 71% aci­ma da inflação.

Como conquistar os 22,1 milhões de votos de Marina Silva e os mais de 38 milhões de votos, somados os brancos, nulos e as abstenções?

DR – Os brasileiros amadureceram bastante em quase três décadas de de­mocracia. Os eleitores, inclusive os que votaram em candidatos que não foram para o segundo turno, escolherão o que é melhor para o Brasil e para eles pró­prios levando em conta sua experiência e seus interesses. Estou trabalhando duro para conquistar cada voto e ex­tremamente feliz com a energia muito positiva que venho recebendo em todos os estados do Brasil.

O que achou do nível da campa­nha no primeiro turno? E o que espera para o segundo turno?

DR – Tivemos uma disputa intensa, com alguns picos de tensão, mas tudo dentro do embate democrático. Neste segundo turno, infelizmente meu ad­versário decidiu apelar para agressões. Tive de me defender, mas sem revidar no mesmo nível. Engraçado é que ele ofende e depois reclama na televisão e no rádio que está sendo agredido.

No final da primeira etapa das eleições gerais de 2014, seu ad­versário, Aécio Neves, apresen­tou ritmo de crescimento. Isso preocupa?

DR – Eu sigo o meu caminho, levando a nossa mensagem, mostrando que nós mudamos o país e vamos mudar muito mais. No mandato atual, nós não só re­alizamos o que prometemos na campa­nha de 2010 como fomos além, criando novas ações e programas. Por exemplo, o Pronatec. Já temos mais de oito milhões de matrículas em cursos de formação e qualificação profissional. Se for reeleita, serão mais 12 milhões de vagas nos pró­ximos anos. Isso ajuda o trabalhador a se qualificar e a conquistar melhores salários, e contribui para elevar a pro­dutividade da nossa economia. Nós não havíamos prometido em 2010 criar o Mais Médicos. E criamos, contratando mais de 14 mil profissionais, que dão atendimento a 50 milhões de pessoas que antes não tinham acesso a serviços médicos básicos. Tampouco havíamos falado no Ciência sem Fronteiras, que hoje leva mais de 100 mil jovens ao ex­terior, para estudar nas melhores uni­versidades do mundo.

Qual, entre os estados em que sua candidatura foi derrotada (1º turno), houve maior surpresa ou maior frustração? Por quê? E o que será feito para reverter o re­sultado?

DR – Minha candidatura foi a vence­dora em 15 Estados. Em boa parte dos estados em que não venci, tive uma boa votação, ficando próxima do primeiro colocado. Estou confiante de que no segundo turno ela vai subir ainda mais. Sinto as pessoas cheias de energia, mui­to mobilizadas e confiantes na vitória. Para mim, isso é motivo de uma alegria imensa. Nosso povo sabe que a vida dele mudou muito nos últimos 12 anos. E quer mudar mais, o que é muito bom, porque a gente sempre deve querer mais.

Se eleita, qual a sua prioridade para cada uma das regiões?

DR – Antes de entrar neste item, gos­taria de dizer: a Educação será nossa prioridade nacional, ou seja, das cinco regiões. A Educação estará no centro de tudo, da creche à pós-graduação. Em relação às regiões, vou falar de pelo me­nos uma ação em cada uma.

No caso do Norte, vamos fomentar ainda mais as atividades produtivas sustentáveis, fortalecer indústrias lim­pas, especialmente as que agreguem valor às matérias primas da região e intensificar o combate ao desmatamen­to. Desde 2004, já reduzimos a área de derrubada de floresta em 80%. No ano que vem vamos passar a utilizar tecno­logia que permite a detecção de desma­tamento a partir de cinco hectares (até ago­ra, eram 25), facilitando a interrupção.

Nordeste – Nossas prioridades são concluir as obras da Ferrovia Trans­nordestina e de Integração do Rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste. Vamos, finalmente, resol­ver um problema que já preocupava o imperador D. Pedro II. Serão benefi­ciados 12 milhões de habitantes de 390 municípios. O Nordeste vem crescendo acima da média nacional, com projetos estruturantes como estaleiros, refina­rias, novos polos industriais e vai con­tinuar assim para que sejamos capazes de reduzir as desigualdades regionais e o Brasil seja um país mais harmônico.

Centro Oeste – Será a conclusão da Ferrovia Norte-Sul, iniciada em 1986, mas que tinha, até 2002, pouco mais de 200 km concluídos. No novo man­dato vamos completar a obra, de quatro mil km de extensão, que atravessa o Cen­tro-Oeste, mas liga as cinco regiões do país, do Maranhão ao Rio Grande do Sul. Estamos avançando também na Ferrovia Interoceânica, que abrirá um acesso direto ao mercado da Ásia. Este projeto com o Peru tem uma partici­pação relevante da China, reduzindo o custo do transporte e impulsionando o agronegócio do Centro-Oeste.

Sudeste – Manteremos fortes inves­timentos em mobilidade urbana, con­cluindo as obras em andamento, sobre­tudo nas capitais e dando início a várias outras. Cito a implantação dos BRTs (Bus Rapid Transit), a ampliação das linhas dos metrôs, o Rodoanel de Santos e o de São Paulo, o Arco Metropolitano do Rio de Janeiro e a modernização do Anel Rodoviário de Belo Horizonte. A indústria dinâmica e os serviços de ponta da região serão for­talecidos, como as demais regiões pela nossa política de Ciência, Tecnologia e Inovação.

Sul – Uma das principais ações será o investimento pesado em infraestrutura logística, isto é, em sistemas, vias, ter­minais e meios de transportes. Dentro desse item, um dos principais será a conclusão da segunda ponte sobre o rio Guaíba, ligando Porto Alegre ao Sul do Estado. O fortalecimento de estaleiros, novos polos industriais e na cadeia do agronegócio regional, e da forte agricul­tura familiar dará um grande impulso ao pujante Sul do país.

 

 

Divulgação

 

A candidata à reeleição, Dilma Rousseff, afirma que vai priorizar a educação caso seja eleita novamente

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