A defesa de Paulo Leandro Spinardi, condenado a 23 anos e oito meses de prisão, na última terça-feira (14), pretende recorrer e anular a decisão do júri. A intenção, segundo o advogado Renato Tauille, é realizar um novo julgamento. Para ele, a condenação desconsiderou a totalidade de informações fornecidas por meio de laudos.
“Mantemos a tese de que ele não praticou crime de homicídio doloso. Se cometeu um crime, foi de omissão de socorro, mas não de homicídio. Os laudos apontam que a queda pode ter sido acidental ou até causada por uma terceira pessoa”, explica Tauille, que irá argumentar que a decisão foi tomada contrariando os autos. No mesmo processo, o advogado deve pedir redução da pena. “Do homicídio, ele foi condenado a 21 anos; e de ocultação de cadáver e fraude processual, a dois anos e oito meses”, disse.
No extremo oposto, os advogados Ângelo Pillati Júnior e Fernando Madureira, que representam os familiares da vítima, pretendem aumentar a pena. “O júri condenou Spinardi pelos três qualificadores do crime: motivo torpe, meio cruel e uso de recurso que dificultou a defesa, além da ocultação de cadáver e fraude processual, conforme denúncia do Ministério Público. Mas entendemos que a pena deveria ser em torno de 27 anos, por ser ele reincidente”, diz Madureira.
Ele se refere a uma condenação anterior de Spinardi, que em 2013 foi condenado pelo crime de violência doméstica, após esfaquear e ameaçar de morte a ex-mulher.
Julgamento
Em julgamento que durou mais de 12 horas, Paulo Spinardi foi condenado pelo assassinato de sua ex-namorada Cíntia Quadros, na última terça-feira (13). O júri decidiu pela pena de 23 anos e oito meses a serem cumpridos, inicialmente, em regime fechado.
Spinardi foi considerado culpado pela morte de Cíntia Quadros, 22 anos, sua ex-namorada, cujo corpo foi localizado na região do São Jorge em janeiro de 2015. O júri entendeu que o ex-namorado atirou a vítima de um penhasco. O julgamento do "caso Cíntia" durou mais de 12 horas.