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Reeducação alimentar: equilíbrio é a regra geral

A primavera mal chegou, mas muitas pessoas já estão de olho na próxima estação. A dois meses do verão, é comum observar um movimento maior nas academias, nas pistas de corrida, clínicas de estética e até mesmo consultórios de cirurgia plástica, locais onde as pessoas buscam resultados para melhorar a aparência e elevar a autoestima. No entanto, independente do objetivo final, se tratando de saúde e qualidade de vida, tudo começa pela alimentação. Sem a nutrição correta fica difícil obter os resultados esperados de forma duradoura e saudável. É o que afirma a nutróloga Dra. Tassia Uliana Almeida. De acordo com ela, o ideal é buscar uma reeducação alimentar, e a palavra-chave desse processo é equilíbrio.

“A reeducação alimentar consiste em equilíbrio, regularidade e consistência: a pessoa realmente aprender a comer de forma saudável, sem exageros, mas também sem grandes restrições. Ter uma alimentação equilibrada não significa deixar de comer absolutamente tudo o que gosta. Eu sempre procuro analisar a alimentação da pessoa e tentar adequar a dieta de uma forma mais saudável e equilibrada. Se ela gosta muito de doce, por exemplo, uma dieta que restrinja completamente o doce não vai funcionar com aquela pessoa, em algum momento ela vai desistir. O equilíbrio, nesse caso, seria incluir pequenas quantidades na alimentação. Reeducação tem que ser equilibrada para que a pessoa consiga ter consistência e regularidade e o processo não virar um sacrifício”.

A seguir, a profissional destaca com mais detalhes como obter um emagrecimento saudável e o que fazer para alcançar os objetivos esperados de forma permanente, com saúde, e claro, equilíbrio. Acompanhe!

 

Alimentação representa 70% dos resultados

A atividade física é essencial, não apenas para a melhora da saúde, rendimento e vitalidade, mas para o alcance dos objetivos estéticos. No entanto, a alimentação equilibrada é que vai ditar cerca de 70% dos resultados. “A alimentação é muito mais importante e tem que estar muito mais regrada. No processo de emagrecimento, se a pessoa não faz atividade física, mas possui uma alimentação adequada, ela vai emagrecer. Agora, se ela faz a atividade e não come corretamente, geralmente não emagrece”, explica. “É preciso aliar as duas coisas e ter disciplina nos dois. Dar o seu melhor na alimentação e o melhor na atividade física. Senão, não vai ter aquele resultado esperado”.

 

Atividade física requer nutrição correta para evitar efeitos inesperados

Treinar e não se alimentar corretamente pode gerar uma série de problemas. Quando a pessoa pratica atividade física, mas não se alimenta corretamente, ela vai perder massa muscular, em vez de ganhar. “A alimentação é fundamental para que se tenha resultados na atividade física que está fazendo. Além de tudo, quem não se alimenta corretamente pode começar a ter lesões musculares, fadiga, câimbras, etc. Outro ponto é lembrar que a proteína é sim muito importante, mas também não deve ser o único foco na alimentação de quem treina, ou seja, gorduras boas e carboidratos também são necessários. Todos os macronutrientes são importantes”.

 

Mastigação rápida e líquidos durante as refeições são inimigos da digestão

O processo de emagrecimento e manutenção da saúde também estão diretamente ligados à uma boa digestão. “Durante a mastigação ocorrem os estímulos das secreções para fazer a digestão, então mastigar poucas vezes irá fazer com que a pessoa ingira 2 a 3 vezes maior quantidade de alimentos do que realmente iria necessitar, devido ao organismo demorar em média 20 minutos para ter a sensação de saciedade”. Outro ponto importante é não ingerir líquidos durante as refeições, já que eles atrapalham o processo de digestão”.

 

Compulsão alimentar: possíveis causas e como evitar

Na reeducação é muito importante controlar a compulsão alimentar, que é quando a pessoa come exageradamente sem estar, de fato, com fome. “Geralmente, uma característica de uma pessoa compulsiva é a ansiedade. Além disso, às vezes a pessoa não come nada o dia inteiro porque está atarefada, cheia de coisas para fazer e quando chega em casa à noite come descontroladamente”, exemplifica a nutróloga.

Ela ressalta que, comumente, a compulsão vem associada a um estado emocional. “Pode ser uma busca de compensação na comida. Utilizar o alimento como fonte de conforto e bem-estar, uma recompensa após um dia cansativo, ou após uma situação ruim”. Mas afinal, como melhorar esse quadro de compulsão? “Em alguns casos é necessário até mesmo um acompanhamento psicológico ou psiquiátrico para tratar, mas na questão alimentar o ideal é buscar regrar a alimentação durante o dia. Não ficar longos períodos sem comer e nunca fazer dietas muito restritivas, pois em algum momento elas geram a compulsão por conta da carência de nutrientes”, acrescenta.

A atividade física também é crucial parar evitar o problema. “Ela ajuda muito na questão da ansiedade, através da liberação da endorfina, hormônio que dá sensação de bem-estar e que vai diminuir a compulsão. Muitas pessoas que sofrem desse problema, inclusive, relatam que nos dias que praticam exercícios não têm compulsão”.

 

O que pode estar atrapalhando meu emagrecimento?

– Ficar muito tempo sem comer (gera compulsão)

– Usar a alimentação como conforto e compensação

– Muitas distrações no momento das refeições, não raciocinar sobre o que está comendo

– Ingerir pouca água

– Buscar sempre motivações externas para alcançar os objetivos

– Usar qualquer coisa como desculpa para sair da dieta

– Não ter disciplina, consistência e regularidade

– Aliar todos os momentos de lazer com comida

– Abandonar a alimentação saudável nos finais de semana

 

Dicas gerais para uma alimentação saudável:

– Comer de 3 em 3 horas

– Tomar 2 litros de água por dia, no mínimo

– Comer muitas verduras na hora do almoço

– Não misturar vários carboidratos

– Nos lanches, optar por frutas e oleaginosas e iogurtes

– Evitar ou diminuir os alimentos industrializados

– Planejamento alimentar

 

LEMBRE-SE: É muito importante buscar um profissional (nutrólogo ou nutricionista) para adequar a alimentação. Uma dieta nunca será igual para todos, já que são levados em conta fatores como idade, atividade física, tipo de trabalho, quantidade de massa muscular, questões de saúde, taxa de vitaminas, entre outras questões.

 

 

Dra. Tassia Uliana Almeida é nutróloga – Formada em Medicina no ano de 2006, obtendo o título de médica nutróloga pela ABRAN em setembro 2012. Atua desde então na área de nutrologia, buscando contribuir com a melhora da saúde e da qualidade de vida de seus pacientes.

 

 

 

 

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