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Novas regras obrigam candidatos irem para o ‘corpo a corpo’ em PG

Limite de gastos, fim do financiamento privado e menos tempo de campanha devem incentivar contato maior entre candidatos e eleitores

 

Divulgação
Eleições devem ser menores e mais baratas, apontam especialistas

 

 

As novas regras para as eleições, válidas já a partir deste ano, devem obrigar os candidatos a tornar o ‘corpo a corpo’ com os eleitores ainda mais intenso. Especialistas e líderes de partidos são unânimes em apontar que alterações como limite de gastos, fim do financiamento privado, proibição de cavaletes, outdoors, limitações para bandeiras e adesivos obrigam os partidos e coligações a intensificarem o contato com o eleitorado.

“As limitações impostas obrigam os candidatos a estarem mais próximos das pessoas, os políticos terão a necessidade de se fazer mais presentes em suas comunidades”, aponta João Paulo Vergueiro, professor de Responsabilidade Social Corporativa da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP).

O especialista prevê campanhas menores, reduzidas em gastos e também em tempo, consequentemente mais difícil. “Acredito em campanhas menores e mais simples, com diminuição de tempo, pobres em termos de recursos. Com menos tempo e menos recursos, as dificuldades são maiores, contribui para quem está na liderança das pesquisas, para aquele que já é conhecido”, aponta Vergueiro.

Os candidatos a prefeito em Ponta Grossa poderão gastar, no máximo, R$ 1,54 milhão no primeiro turno. Caso a disputa vá para segundo turno, cada concorrente poderá desembolsar R$ 464,3 mil. Já os limites para quem concorre ao cargo de vereador no município é de R$ 93,5 mil. Os valores divulgados pela Justiça Eleitoral foram apurados considerando aqueles efetivamente declarados na prestação de contas da campanha eleitoral de 2012.

A reforma eleitoral proibido financiamento privado para campanhas, doações de empresas para candidatos ou partidos, assim como crowdfunding , as chamadas ‘vaquinhas’ pela internet. Já recursos do próprio candidato, doações de pessoas físicas, doações de partidos e outros candidatos, recursos do fundo partidário, das pessoas físicas aos partidos e dos filiados são formas de financiamento permitidas.

A Justiça Eleitoral também estipulou limites quantitativos para a contratação direta ou terceirizada de pessoal para prestação de serviços referentes a atividades de militância e mobilização de rua nas campanhas eleitorais. Cada chapa majoritária em Ponta Grossa poderá empregar, no máximo 493 pessoas.

Para este ano a Justiça Eleitoral proibiu a utilização de cavaletes, outdoors; adesivos, somente com tamanho de até 50 cm x 40 cm ou microperfurados no tamanho máximo do para-brisa traseiro, “envelopamentos” estão proibidos e bandeiras serão permitidas desde que não atrapalhem o trânsito e os pedestres.

 

Como cada partido vê os limites da campanha

Rede Sustentabilidade

“Será uma eleição diferente de todas as outras, que irá valorizar as pessoas, o debate da política com o eleitor. O fim do financiamento privado acaba com amarras políticas e entra para valorizar o debate, a discussão de propostas, de ideias. Mudam as campanhas, sem grandes estruturas, mas vale a conversa com a população”, Maurício Martinkoski, coordenador geral da Rede Sustentabilidade em Ponta Grossa.

PMB

“Nossa campanha não vai reunir muito tempo de rádio e televisão, e as alterações impostas fazem com que os candidatos tenham um contato maior com a população. É melhor que seja menor, com menos gastos, para valorizar quem tem condição de fazer campanha nos bairros, conversando com as pessoas, verificando quais os reais problemas da cidade” – Julio Küller, candidato a prefeito pelo PMB

PPL

“Até então o dinheiro foi sempre o diferencial nas eleições. Hoje aquele que quiser o voto vai ter que bagagem comunitária. Sem tempo de rádio e televisão, sem grandes recursos, é a comunidade que reconhece quem tem condição de ser um bom gestor. O anseio de renovação e a identificação do eleitor é que serão diferenciais” – Leandro Soares Machado, pré-candidato pelo PPL.

PPS

“Será uma campanha mais pobre em recursos com relação às anteriores, mas, por outro lado, rica em criatividade. Os partidos estavam acostumados com um outro cenário de campanha. Estas mudanças vão tornar o ‘corpo a corpo’ mais necessário ainda, bem como os redutos eleitorais, o candidato terá de ter vínculo com a região” – Ricardo Johansen, presidente do PPS em Ponta Grossa.

PSOL

“Estamos cientes que é possível avançar dentro destes limites. Se faz uma campanha centrada em propostas, com transparência nos compromissos, com voluntários e colaboradores. Sempre fizemos campanha sem dinheiro, sem financiamento privado, sem caixa dois e com a experiência que vem dos trabalhos em movimentos sociais” Sérgio Gadini, candidato a prefeito pelo PSOL.

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