PSOL e PCdoB lançam chapa que se propõe ser verdadeira terceira via e defende gestão viável e com participação popular
Nome lançado pelo PSOL em coligação com o PCdoB para concorrer à prefeitura de Ponta Grossa, Sérgio Gadini deverá ter seu nome homologado como candidato na convenção que as duas legendas realizam no sábado.
Representante de uma chapa que afirma ser a única de esquerda e popular, Gadini é professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) cargo que pretende manter caso venha a ser eleito, e neste caso devolveria o salário de prefeito ao Executivo do município e ligado a movimentos sociais na cidade.
O candidato do PSOL defende uma gestão viável e democrática, e como exemplo da administração que se propõe a fazer, afirma que os secretários de uma eventual gestão sob seu comando seriam escolhidos pelos servidores. Na análise de Gadini, a nomeação dos titulares de pastas, como é feita atualmente, é resultado de acordos partidários. Confira trechos da entrevista.
Por que ser prefeito?
Reinventar a política é superar velhos vícios. É comum dizer que o problema da política está em Brasília, mas os grandes vícios também estão na cidade, em Ponta Grossa, como o financiamento de campanha. É preciso reinventar a política. Fazemos política com movimentos sociais, temos soluções de gestão viável e transparente. Sou professor e pretendo conciliar minha profissão, sem abrir mão da cidade. Com gestos e ações concretas é possível reinventar a política. Com a população dizendo para onde vai o dinheiro, pelo diálogo, é possível. Não vamos prometer coisas indefensáveis e impossíveis, são 50 propostas que materializam as necessidades da cidade. É meu primeiro cargo eletivo que disputo, mas tenho 20 anos de participação em movimentos sociais, sempre de modo voluntário.
Proposta de administração
Defender o dinheiro público é um exemplo de gestão, não nos velhos modelos de política, em que os candidatos e partidos trocam favores por cargos antes mesmo de se eleger. Este tipo de coisa não vamos fazer. Existem cerca de 300 cargos comissionados na prefeitura, e entendemos que podemos reduzir em até 50% este número. Como? Recompondo a máquina administrativa e avançar com concursos. Na educação, por exemplo, hoje a secretaria é resultado de acordos políticos, e nosso conceito é mais simples. Serão os servidores que elegem o nome do secretário. Quem melhor que os professores e servidores, para escolher quem deve ser o secretário de educação?
Governabilidade e alianças partidárias
Alianças se fazem com movimentos sociais organizados. Vamos chamar o Legislativo e apresentar a viabilidade do nosso governo, abrir um mecanismo de participação popular, com a sociedade civil organizada. E também é preciso que o Legislativo faça a sua parte, de legislar e fiscalizar, para que as pessoas possam de fato participar. E este diálogo pode ser tranquilo. E o compromisso é com uma gestão limpa, governar com setores da sociedade, atribuindo a eles algumas responsabilidades, não ficar refém. O que faremos é uma gestão democrática de fato, não por troca de cargos.
Concorrentes na eleição
Na velha política, quem está na máquina já está em campanha há muito tempo. A diferença somos nós. A nossa opção é de quem não faz parte da máquina. Um (candidato) parte de um mandato como deputado federal, outro integrou uma secretaria, e um prefeito que tenta se reeleger. Eu nunca ocupei um cargo público, essa é a diferença, não partimos da máquina. As pessoas falam que não tem alternativa na política, mas somos uma opção viável, o PSOL é a verdadeira terceira via, não esta que se apresenta aí, que é a mesma que sempre esteve no poder. A única candidatura popular e de esquerda, não populista, é a nossa, não em troca de favores, como de outros partidos.
Viabilidade de governo
Temos uma trajetória dentro dos movimentos sociais, é possível ter um governo de fato com participação popular. Não como é feito hoje, em que partidos negociam antes mesmo de gestão começar. Queremos convidar as pessoas para participar e provar que é um projeto viável.