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Setores da sociedade expõem seus temores com ações da classe política

Temas como PEC de Teto de Gastos, alteração das dez medidas de combate à corrupção, projeto de lei de abuso de autoridade e crise de identidade política preocupam diferentes setores

 

Divulgação
Legenda

 

 

Ao menos três fatos ocorridos nos últimos dias nos plenários da Câmara Federal e Senado colocaram em rota de divergência a classe política e diferentes setores da sociedade: a manobra de deputados para desfigurar o projeto de dez medidas de combate à corrupção (iniciativa popular com mais de dois milhões de assinaturas); a votação – e consequente aprovação em primeiro turno – da PEC 55 (que delimita um teto de gastos públicos) no Senado; e a discussão no Senado no projeto de lei sobre abuso de autoridade.

A reação de diferentes entidades a estes episódios foi quase uníssona: a de preocupação com o andamento das atitudes tomadas pela classe política. O Ministério Público do Paraná, por exemplo, emitiu uma dura nota em que critica as últimas ações em tramitação no Congresso, mirando a PEC 55, a lei de abuso de autoridade e o desmantelamento do pacote anticorrupção. Segundo o órgão, as recentes manifestações políticas “desrespeitam a voz de milhões de brasileiros”. A Seção Sindical dos Docentes da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Sinduepg) também manifestou repúdio à aprovação da PEC que delimita gastos públicos, além de criticar a reforma do ensino médio e a repressão violenta – segundo o representante dos docentes – a manifestações contrárias (houve confronto em Brasília durante a votação da PEC 55).

Já entidades ligadas ao setor produtivo, caso da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap) criticaram a atitude do parlamento em alterar – quase por completo – o pacote de dez medidas de combate à corrupção.

Preocupados

Em comum ao discursos de diferentes setores há uma palavra que permeia as últimas ações da classe política no país: “preocupação”. As mais diferentes entidades utilizaram o termo para definir como acompanham os últimos passos da política no país. O temor não deixa de ser citado por órgãos como Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Observatório Social, que veem com desconfiança os acontecimentos recentes em Brasília.

Outro ingrediente nesta crise é um eventual rompimento da população com a classe política. Uma crise de identidade entre eleitores e agentes públicos é apontada como desdobramento desta turbulência. Os próprios políticos têm conhecimento desta crise. “Não sei se tem como aumentar a rejeição (à classe política), de tão desgastada que a classe política está”, afirmou Aliel Machado (Rede), após a votação do pacote anticorrupção. “Agora a sociedade deve responder a mais esse episódio. Subiu mais um degrau no desgaste, que agora passa a ser um ódio”, resumiu Sandro Alex (PSD), na mesma oportunidade.

Na visão do Observatório Social, uma renovação política é “inevitável” após tantos desdobramentos. “É cada vez mais necessária a reflexão por parte da sociedade sobre uma renovação política”, analisa Ney da Nóbrega Ribas, presidente do Conselho de Administração do Observatório Social do Brasil.

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