O deputado federal Sandro Alex (PSD) descreveu o cenário atual no Planalto Central como ‘inacreditável’, após a divulgação das informações de que o presidente Michel Temer (PMDB) foi gravado com o dono do grupo JBS, Joesley Batista, sugerindo que se mantivesse pagamento de mesada ao ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e ao doleiro Lúcio Funaro para que esses ficassem em silêncio.
O parlamentar acredita que a situação do governo Temer fica ‘insustentável’ com a revelação das gravações. A partir do momento que se tornarem públicas as gravações, não tem mais governo. Na verdade, já não há, não tem sustentação, não tem ninguém em defesa, afirmou o deputado federal. É uma situação vergonhosa, porque parece que não tem mais limite, as pessoas perderam a noção. Não são episódios que aconteceram há três, quatro anos atrás. Não, foi agora, com gravação, dinheiro rastreado e tudo. Não tem outro caminho senão pedir o afastamento e a punição a todos, completou Sandro Alex.
Para o deputado ponta-grossense, a dúvida que paira agora é sobre os desdobramentos após as denúncias. A Constituição fala que deveria haver eleição indireta, mas como fazer, com um Congresso com mais de 200 delatados, sem nenhuma legitimidade para escolher um novo presidente? Uma eleição direta teria que se fazer com uma alteração na Constituição, mas como faria? Seria um mandato tampão, ou prolongando por quanto tempo? É algo que precisa se analisar e tentar encontrar uma solução, disse.
Fico envergonhado, porque em 2014, com o PT envolvido com a corrupção, optei pelo Aécio Neves, que hoje se mostra que também um político ilibado. Mas não vou para as ruas defendê-lo, ao contrário do que se faz com o PT, quando seus nomes são indiciados, analisa o deputado.
Integrante da base governista, o partido de Sandro Alex deve definir em breve seu posicionamento, e a tendência é que ele desembarque do governo Temer com o desenrolar dos próximos fatos. O partido aguarda um posicionamento do STF e a divulgação das gravações para se posicionar, mas individualmente já há manifestações. Eu quero punição a todos, custe o que custar, disse.