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O que você gostaria de saber sobre cirurgia plástica?

Dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), apontam que aumento dos seios, rinoplastia, lipoaspiração e reparos na face são algumas das intervenções cirúrgicas mais populares nas clínicas de cirurgia plástica e, quando a pessoa decide optar por uma intervenção cirúrgica, seja estética ou reparadora, é comum surgirem muitas dúvidas. Por esse motivo, conversamos com o cirurgião plástico e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Dr. Marcus Thomé para saber um pouco mais sobre o tema, não só como procedimento estético, mas como ferramenta de aumento da auto estima, tanto em homens, quanto em mulheres. Confira a seguir a entrevista na íntegra:

 

Divulgação
O mais indicado é que as cirurgias plásticas sejam feitas a partir dos 18 anos

Diário dos Campos – Como deve ser feito o planejamento para uma cirurgia plástica? Quando a pessoa decide que vai fazer uma cirurgia e vem até você, como funciona essa primeira conversa? Você tem algum procedimento para saber se realmente é aquilo que a pessoa quer?

Marcus Thomé – Normalmente os pacientes já chegam com uma pré ideia formada, seja para aumentar o seio, fazer uma lipoaspiração, um procedimento na face, o que for. Hoje em dia as pessoas pesquisam muito na internet sobre isso e grande parte das dúvidas na verdade são em relação ao pós operatório, se vai sentir muita dor, coisas nesse sentido. Mas muitas pessoas também vem com ideias que às vezes não correspondem à realidade, porque muito do que se lê na internet pode não ser verdade. Então a gente examina de uma maneira mais eficaz, baseada em técnicas, e indica a melhor forma de proceder naquele caso. O exame físico é muito particular mesmo, cada paciente tem uma deformidade diferente. Às vezes é preciso impor um limite, mas mesmo com esse limite, é possível fazer o que o paciente deseja. Varia muito de corpo para corpo. Portanto, o exame físico é essencial para decidir o que pode ser feito e qual a melhor técnica.

 

DC – Qual a idade mínima indicada?

MT – Normalmente a gente considera que o ideal seja a partir dos 18 anos, mas dependendo do procedimento isso pode mudar. No caso de orelhas de abano, por exemplo, já pode indicar a cirurgia a partir de 5 anos de idade. No caso das próteses de silicone, se a jovem já estiver com o corpo formado, dependendo da avaliação do médico, pode colocar a partir dos 16 anos. Depende muito da avaliação orgânica mesmo.

 

Fábio Matavelli
Marcus Thomé: “a auto estima é um fator preponderante para que você desenvolva todas as suas atividades de uma maneira eficaz. A cirurgia plástica, aliada a outros fatores, pode ajudar nisso”

 

DC – Como a cirurgia plástica pode contribuir na auto estima e também na saúde de homens e mulheres?

MT – A auto estima está relacionada ao bem estar, e isso afeta todas as atividades que a pessoa vai desenvolver ao longo da vida. Se ela acorda bem disposta, com o corpo da maneira que gostaria que estivesse, se sentindo bem, tudo rende melhor. Se estou com o físico bom, vou continuar a academia, se estou descontente com algo, vou fazer um procedimento para melhorar aqui, ou ali. Enfim, com a auto estima elevada, o rendimento melhora e as pessoas passam a enxergar as coisas de uma maneira diferente. O teu bem estar está muito relacionado à sua aparência pessoal. Você estar bem consigo, faz estar bem no resto, o rendimento no trabalho, nos estudos, na vida afetiva. O fator psicológico é muito importante e aqui na clínica, inclusive, temos uma psicóloga para acompanhar os pacientes, pois a mente tem que estar bem. A cabeça estando saudável, o organismo responde uma maneira melhor. Então a auto estima é um fator preponderante para que você desenvolva todas as atividades de uma maneira eficaz. A cirurgia plástica, aliada a outros fatores, pode ajudar nisso.

 

DC Pesquisas mostram que as cirurgias plásticas são mais procuradas pelas mulheres que pelos homens, mas essa estatística tem sofrido algumas mudanças, certo? Muitos homens já procuram clínicas de cirurgia plástica para realizar procedimentos?

MT – Hoje em dia a nossa clientela continua sendo maior feminina, mas os homens também tem buscado bastante. Atualmente, 20% dos meus pacientes são homens, quando comecei na cirurgia plástica, não chegava a 3%. Isso acontece porque o modismo está atuando nessa questão. Hoje em dia, em lojas de cosméticos, por exemplo, você encontra uma diversidade enorme de produtos voltados apenas para homens.  O implante capilar, com a técnica de fio a fio é inclusive dos procedimentos mais procurados por eles. O homem está se cuidando mais.

DC – Você costuma orientar os pacientes para que, além da cirurgia plástica, procurem manter hábitos saudáveis e uma alimentação regrada para ajudar a melhorar a qualidade de vida?

MT – Sim. Aqui, por exemplo, nós temos tudo no mesmo lugar. Temos uma nutricionista, uma psicóloga, estúdio de pilates, cirurgia plástica e fisioterapia estética. Então a gente engloba várias coisas importantes. Não adianta apenas operar se não se alimentar adequadamente. A gente consegue moldar isso. A comida é muito importante para a saúde do organismo, e no caso de quem faz uma lipoaspiração, por exemplo, é preciso se cuidar para não perder o resultado da cirurgia. Então a ideia é aliar tudo para alcançar um resultado potencializado.

 

DC – Existe algum procedimento que você não recomenda?

MT – O procedimento que eu não recomendo é aquele que você não precisa fazer. Eu tenho uma frase que é o seguinte: se você entender a cirurgia plástica, ela vai entender você. A ideia é não exagerar. Tenha bom senso, mexa naquilo que te incomoda. O que não incomoda, simplesmente não precisa ser mudado. Faça aquilo que realmente vai te deixar feliz. O exagero leva a algo que não é bonito. E afinal, o que é beleza? Não existe um padrão, existem medidas anatômicas.

 

DC – Quais os casos em que a pessoa não pode se submeter a uma cirurgia plástica?

MT – Tem alguns casos. Por exemplo, pessoas com obesidade mórbida precisam primeiro fazer um tratamento e uma redução de estômago, para depois tirar o excesso de pele com cirurgia plástica. Algumas doenças autoimunes às vezes também atrapalham o procedimento, tem que ser tratado a longo prazo, e também no caso de outras patologias. Então tem que ser avaliado caso por caso para ver se a cirurgia plástica é o mais recomendado.

 

DC – Quais são as principais dúvidas dos pacientes?

MT – A maior parte das dúvidas é em relação ao pós operatório. Se o paciente vai sentir muita dor, quais são os limites de esforço físico que podem ser feitos e quanto tempo após a cirurgia, se precisa de ajuda para tomar banho, depois de quanto tempo poderá reiniciar a academia, que é em torno de 3 meses. Também surgem questões sobre o tempo de uso de cintas cirúrgicas e analgésicos. Além de algumas dúvidas mais específicas como complicações cirúrgicas, trombose, e coisas neste sentido.

 

DC – Muitas vezes, por conta do excesso de informação na internet, como você mesmo disse, as pessoas acabam lendo e reproduzindo fatos que não são verdade. Você poderia citar alguns mitos em relação à cirurgia plástica?

MT – Sim, existem muitos. Por exemplo: “É verdade que meu nariz depois que eu opero nunca mais vai alterar de aparência?” É um mito, claro que ele vai alterar. Ele vai mudando de formato, pois é um tecido e vai envelhecer, é natural. Outro mito, que depois da lipoaspiração nunca mais engorda. Se a pessoa continuar comendo compulsivamente, ela vai engordar. No entanto, o contrário acontece. Se ela emagrecer, emagrece mais na área da lipoaspiração. Outro mito é em relação aos implantes de silicone, que eles explodem quando a pessoa anda de avião. Isso é uma mentira, obviamente, pois as cabines são pressurizadas. Existem muito mais mitos nesse sentido, portanto o ideal é tirar as dúvidas sempre com um profissional.

 

Confira doze perguntas para se fazer antes de um procedimento, listadas pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP):

 

1 – Minha saúde mental e física está boa, estou comendo bem e não estou fumando?

2 – Estou preparado para tomar atitudes e mudar meu estilo de vida, como parar de fumar, para realizar a cirurgia plástica?

3 – Será que minhas expectativas acerca do resultado são realistas?

4 – A motivação para realizar o procedimento parte de mim ou parte das opiniões dos outros?

5 – Já dediquei tempo suficiente para me informar do procedimento e checar a certificação e qualificação de possíveis cirurgiões plásticos?

6 – Eu informei ao cirurgião plástico minha condição clínica, alergias a medicamentos e tratamentos que fiz ou estou fazendo?

7 – O cirurgião plástico está ciente dos medicamentos, vitaminas, suplementos naturais que uso? Ele sabe do meu consumo de álcool ou drogas?

8 – Estou comprometido o suficiente para fazer a minha parte e ajudar a garantir a segurança e o sucesso do procedimento?

9 – Estou bem informado dos efeitos pós-operatórios e do período de recuperação?

10 – Tenho uma pessoa que pode me auxiliar nas 24 horas imediatas após a cirurgia plástica?

11 – Todas as minhas dúvidas foram bem respondidas pelo cirurgião plástico?

12 – Já li, entendi e assinei o termo de consentimento informado para a minha cirurgia plástica?

 

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