*Por Dione Navarro
Da minha infância, tu foste o mais belo dos refúgios
Pois na tua companhia
Tornava realidade meu mundo de fantasia
Galgando teus galhos toquei as estrelas
À tua sombra fui herói, fui bandido
Fui amais bela das princesas
Fui também o guerreiro mais destemido
Cresci…
Sondei teus segredos, penetrei em teus mistérios
Hoje te vejo bela e majestosa
Querendo tocar o infinito
Transformas o árido deserto,
No oásis mais bonito
Acalenta o sono dos pequeninos
Sacia a fome de todos os homens
Acolhe o cansaço do peregrino
Das tuas entranhas, o bálsamo que cura
Tuas cascas, tuas folhas, tuas raízes
São bênçãos dos céus, a amenizar cicatrizes
Te faz lenha para meu calor
Teto para meu abrigo
E quando com Deus me ponho a conversar
Meus joelhos te tocam no altar
Porém, triste e indefesa…sinto-te a agonizar
Porque, tu, homem inteligente
Que fala em engenharia genética e fissão nuclear
Não és capaz de perceber teu brado silencioso
E continuas, sem piedade a te MATAR
Preferes a planície nua, a cidade de pedra
Em lugar da harmonia e beleza da paisagem
Destrói, em nome do teu alucinante progresso
E te esquece , da tua grande viagem
Um dia .. ESTA que tanto feristes
Abrirá seus braços e sem ressentimento
Te acolherá com serenidade
Fazendo do seu corpo, tua última morada
E te transportarás sem mágoas ….até a ETERNIDADE!
*Dione Navarro é docente da UEPG, Presidente em exercício da APLA (Academia Pontagrossense de Letras e Artes)