Dezenas de pneus a céu aberto têm preocupado moradores do Jardim Sabará, em Ponta Grossa. O próprio dono do barracão, que não quis se identificar, admite que existe água acumulada. A prefeitura alega que o proprietário já foi notificado. No entanto, o dono afirma que a coleta de pneus para destinação correta, conforme prevê um acordo estadual, não está funcionando.
O barracão está lotado, e o carregamento está espalhado pela calçada. Os pneus estão descobertos desde o dia 25 de janeiro. Se eu disser que está tudo seco, eu estarei mentindo, afirma. Dentro do barracão também há pontos de água por causa de goteiras.
O secretário municipal de Meio Ambiente, Valdenor Paulo do Nascimento, disse que o proprietário do barracão foi notificado e poderá ser multado se não regularizar a situação. Nascimento ainda afirma que já comunicou o Ministério Público do Paraná para que a coleta de pneus volte a ser feita.
Pelo programa nacional de logística reversa, o fabricante de pneus é responsável pela destinação correta, já que o pneu não pode ser jogado em aterro comum devido aos danos ambientais.
A coleta deve ser feita, periodicamente, pela Reciclanip, entidade criada pela indústria nacional de pneus para fazer a coleta e destinação de pneus inservíveis.
Conforme o coordenador de Resíduos Sólidos da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Vinicius Bruni, o acordo com o setor está em funcionamento no Paraná através das 20 cidades-sede de coleta. Ponta Grossa, por exemplo, é um desses municípios.
Ele afirma que, pontualmente, podem ocorrer problemas na coleta. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Ponta Grossa informou que, recentemente, a indústria que recebe os pneus estava com os fornos em manutenção e, por isso, a coleta cessou por um período.
Enquanto isso, o dono do barracão do Jardim Sabará se prepara para se constituir como ponto de coleta. Mas, eu tenho que arrumar a documentação, diz. No site da Reciclanip, que informa os pontos de coleta nos municípios, o telefone de contato da atual empresa que deveria funcionar como ponto de coleta é inexistente.
Água parada é criadouro para o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. Em Ponta Grossa, a fiscalização dos criadouros é feita a cada 15 dias. A cidade já tem 16 focos do mosquito. Somente em 2016, já houve 29 casos de dengue notificados, sendo um confirmado importado e dois descartados.
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