Uma fotografia de Amilton Claudino dos Santos, 58 anos, postada no Facebook, comoveu a dona de casa Daniele Carine Fernandes, 38 anos, moradora do Jardim Cachoeira. Ele foi fotografado por uma conhecida após estar vivendo na Estação Rodoviária de Ponta Grossa e sensibilizou Daniele. Ela não pensou duas vezes e o levou para casa.
Desde a noite de quinta-feira (29), Amilton está sendo cuidado por Daniele. Eles ainda não sabem quanto tempo o andarilho viverá com a família de Daniele. Fiz e faria de novo, ele é um ser humano, não poderia deixar ele passando fome na rodoviária, falei pra ele não se preocupar com os dias, vamos ajudar, afirmou. Daniele e a família vivem numa casa simples. A gente aperta dali, espreme dali, mas ele não estrova não, acrescenta.
Amilton tem uma história comovente. Ele conta que morou na rua, em São Paulo, desde a infância. Eu dormia na Celso Garcia, de segunda a sábado levavam a gente lá no centro da cidade pra ver se alguém adotava a gente, conta.
O tempo passou e Amilton não foi adotado. Ele diz que também não manteve contato com os parentes mais próximos, não casou nem teve filhos.
Trabalhou como motorista e varredor de rua, entre outras profissões, e perambulou de cidade em cidade. Há cerca de seis meses, veio parar em Ponta Grossa, de carona.
Além de não possuir um teto, Amilton tem problemas cardíacos e está fazendo um tratamento na Santa Casa de Misericórdia de Ponta Grossa. Com medo de dormir na rua, devido ao risco de agressões, Amilton buscou refúgio na rodoviária.
Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Assistência Social, o Creas-Pop prestou atendimento a Amilton. Conforme a prefeitura, ele ficou dois meses na Casa da Acolhida e, em seguida, na instituição Melhor Viver, porém, optou por sair da última instituição. O Creas-Pop, conforme a prefeitura, está à disposição do andarilho.
Agora, Amilton pensa em arrumar um emprego e uma casa para se estabelecer na cidade. O andarilho, que já sofreu agressões físicas, fome e preconceito na rua, conta que não gostaria de voltar a viver assim.
O telefone de Daniele para quem quiser auxiliá-la é (42) 9819-1647.