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Ex-detentos relatam maus-tratos em prisões de Ponta Grossa

Foto: Arquivo

 

Presos estariam sofrendo agressões físicas na Penitenciária Estadual de Ponta Grossa (PEPG). A denúncia foi feita em duas cartas enviadas neste mês à Federação Brasileira de Defesa de Direitos Humanos. Em entrevista exclusiva ao Diário dos Campos, um ex-presidiário conta que apanhava de agentes penitenciários. Duas ex-detentas também falam dos maus-tratos que teriam sofrido na Cadeia Pública Hildebrando de Souza.

Em duas cartas enviadas à Federação, os relatos mostram que alguns presos são retirados das celas da PEPG, levados a um lugar isolado dentro da unidade e agredidos com cacetete com a inscrição “Direitos Humanos”. As agressões teriam ocorrido com os presos algemados, sem possibilidade de defesa. As cartas comparam a PEPG a um campo de concentração da 2ª Guerra Mundial.

 

Fábio Matavelli
Rapaz disse ter sido agredido dentro da Penitenciária

 

As cartas são apócrifas e escritas à mão. Elas foram apresentadas à Polícia Civil para o registro da ocorrência. As correspondências também serão levadas à Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Segurança da Câmara Municipal de Ponta Grossa. O representante da Federação em Ponta Grossa, Sidnei Cícero Tilpe, conta que encontrou as cartas embaixo da porta do seu escritório e fez o Boletim de Ocorrência na Polícia Civil para formalizar a denúncia.

Um ex-presidiário ouvido pela reportagem do DC fala da situação. “Na hora que eu cheguei lá apanhei bastante, na hora que ia tomar banho também apanhava. Eles batiam com cacetete mesmo, eles algemavam as duas mãos para trás. Batem na cadeia inteira. Teve colega meu desmaiado, quase morto no chão de tanta bordoada”, diz.

Mulheres

Duas ex-detentas também falaram sobre a violência psicológica na Cadeia Pública Hildebrando de Souza. Elas admitem que não apanharam, mas que ouviram relatos da ala masculina.

“A comida é um nojo, eles esperam estragar a comida para entregar para os presos lá dentro”, afirma uma delas. “Sem contar os maus-tratos, eles pegam, não sei, escolhem a dedo e aí tiram para fora, surram, batem, e daí vão e te colocam como falta grave, que foi você quem desrespeitou”, relata uma ex-detenta.

Outra ex-presa, que tinha um filho detido na Cadeia, queixa-se do tratamento. “Quando vão fazer ‘geral’ nos homens eles batem, colocam de cueca lá fora, deixam os cachorros em cima. Eu acho que isso é errado porque eles já estão pagando o que deve, não tem que ficar batendo, ficar espancando, já estão fechados”, resume.

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