Os Conselhos Tutelares de Ponta Grossa atuam na proteção e garantia de direitos das crianças e adolescentes. O Órgão possui autonomia para atuar em toda a cidade, tendo sua área de atuação dividida em três setores: o Norte, o Leste e o Oeste. Mas a atividade dos Conselhos exige contato direto com a população, e isso tem gerado um grande número de ameaças e constrangimentos aos conselheiros.
A presidente do Conselho Tutelar Oeste, Michelly Markowcz, explica que existe um grande desconhecimento sobre qual é a função dos Conselhos Tutelares. Essa falta de informação é um dos principais motivos de desentendimentos. Muitas pessoas veem o Conselho Tutelar como algo ruim, e nosso trabalho é garantir os direitos das crianças e adolescentes. São seus filhos, netos, sobrinhos. E, muitas vezes, somos hostilizados. Isso é coisa freqüente, diz.
Michelly conta que, recentemente, houve caso em que ela foi até uma residência apenas para fazer a entrega de uma intimação, e acabou sendo agredida. A gente evita até de conversar na casa onde vivem as crianças, para evitar exposição. A intimação é um documento chamando o familiar para que venha até nossa sede prestar esclarecimentos, e mesmo assim fui alvo de xingamentos e ameaças, comentou.
O Conselho Tutelar pede a compreensão da população de que o Órgão é de orientação e proteção, não de repressão. Os conselheiros atendem, principalmente, a casos de negligência médica, abandono intelectual, violência psicológica e até abuso sexual. Primeiramente a família é orientada. Se não for suficiente, em casos extremos o menor de idade é entregue a outro familiar. E, somente em último caso, a criança é encaminhada para um abrigo. Em 2016, somente o Conselho Tutelar Oeste atendeu cerca de 9 mil casos.