em

As cerejas do bolo

O 40º Fenata
trouxe algumas surpresas no que diz respeito aos espetáculos selecionados para
as mostras competitivas – Adulta e Para Crianças – e não competitivas – de Rua,
Bonecos/Animação e Às Dez em Cena. E nem sempre positivas, haja vista que
algumas expectativas não foram cumpridas, como se verá logo a seguir.

Mas, antes de
começar a análise dos espetáculos e do próprio festival, é preciso que se digam
duas coisas. Primeiro, o título acima se refere a uma expressão cunhada pelo
jurado adbailson Cunha, de
Caraguatatuba (SP), das mostras não competitivas, para designar alguns
espetáculos de conceituação formal e conteúdo bem definidos que deram à 40ª
edição do Fenata um requinte que há muito não se via. Para ele, tais montagens
foram as cerejas do bolo de aniversário de 40 anos do festival. Outra expressão,
de autoria do curador do festival, Antonio José do Valle, é espetáculos-poema,
para designar montagens tão bem acabadas que acabaram tornando-se ‘conceitos’
em si mesmas.

Tais expressões
chamam a atenção por se referir, na sua maioria, a espetáculos que não fizeram
parte das duas mostras principais – justamente as que definem o Fenata. Neste
ano, as mostras de Rua, Bonecos/Animação e Às Dez em Cena trouxeram espetáculos
de altíssima qualidade, tão bem feitos e tão encantadores, que, pela primeira
vez em muito tempo, eles é que definiram o festival.

Segundo, uma
explicação. Dos 29 espetáculos das cinco mostras (sete da Adulta; seis Para
Crianças; cinco Ás Dez em Cena; seis de Rua; e cinco de Bonecos/Animação), este
crítico assistiu a 24. Da Adulta, foram
O evangelho segundo Dona Zefa,
Quem é o rei?, Portela, patrão. Mário, motorista, O amor de Dom Perlimplim
com Belisa em seu jardim, Deus e o Diabo na terra do sol, Pois é,
vizinha… e O malefício da mariposa. Para Crianças, O que podemos contar, O reino da
gataria, O feitiço, Lili reinventa Quintana e Dois cavalheiros de Verona.
Às Dez em Cena, Sala, quarto, cozinha, banheiro e outros lugares menos cômodos,
Anáguas e O incrível ladrão de calcinhas. De Rua, Ubu rei, É o povo que
sustenta o Brasil, Taiô, Minha alma é nada depois dessa história, Amor
por anexins e Júlia. E Bonecos/Animação, Anjo de papel, A terra dos
meninos pelados e O sítio dos objetos.
Contando com o espetáculo convidado
Blow Elliot Benjamin, que abriu esta edição do festival, na noite do dia 6,
foram, ao todo, 25 espetáculos vistos.

Isto posto, na modesta avaliação deste crítico,
independentemente da premiação das mostras principais, os 12 melhores
espetáculos deste ano foram, pela ordem: O incrível ladrão de calcinhas e Minha alma é nada depois dessa
história –
disparados, os dois melhores do 40º Fenata –;  seguidos
de Anáguas; Lili reinventa Quintana;
Portela, patrão. Mário,
motorista; Taiô; Anjo de
papel;
Deus e o Diabo na terra do sol; Júlia; Pois é, vizinha…; O sítio dos objetos; e O reino da gataria. Isso é pouco
mais de 40% do total de 29 – uma bela marca que já há algum tempo o Fenata não
alcançava. Note-se que, desses 12, somente dois são da mostra Para Crianças e
três da Adulta. Os outros sete são das mostras de Rua (três), Bonecos/Animação
(dois) e Às Dez em Cena (dois).

Em suma,
para se constatar, seguramente, que esses 12 espetáculos foram as cerejas do
bolo do 40º Fenata. Com especial atenção a O incrível ladrão de calcinhas, Minha
alma é nada depois dessa história, Lili reinventa Quintana e Anjo de papel,
que podem ser classificados também como espetáculos-poema
.

Feitas todas as contas, portanto, levando-se em consideração
justamente essas avaliações, fica como sugestão à organização do Fenata rever a
decisão de não se premiar os espetáculos das mostras Às Dez em Cena, De Rua e Bonecos/Animação.
E os exemplos deste ano são eloquentes. Foi uma pena não se premiar, por
exemplo, O incrível ladrão de calcinhas, Anáguas, Minha alma é nada depois
dessa história, Taiô, Amor por anexins, Júlia, Anjo de papel e O
sítio dos objetos.

Aliás, a sugestão deste crítico vai mais longe. Que tal
criar a categoria de Melhor Espetáculo do Fenata, premiando aquela que foi a
melhor montagem da edição do festival? Como se viu neste ano, essa briga seria
bem interessante, com representantes de pelo menos quatro das cinco mostras. É evidente
que, para isso acontecer, a organização precisaria montar toda uma logística de
acompanhamento de todos os espetáculos. Loucura ou não, fica a sugestão.

 

Premiação

Independente das cerejas do bolo e de expectativas positivas
e outras que deixaram a desejar, a premiação dos espetáculos das mostras
competitivas Adulta e Para Crianças foi uma das mais justas dos últimos anos.
Só a observar alguma ou outra escolha.

Neste ano, a comissão julgadora das duas mostras – formada por
Toninho do Valle, pelo ator e professor de interpretação Gonzaga Pedrosa e pelo
dramaturgo, escritor e diretor Luiz Carlos Laranjeiras – demonstrou, com suas
escolhas, um apontamento de caminhos do teatro brasileiro que se pretende
abrangente no que diz respeito a propostas de montagem. É claro que tal
afirmação está circunscrita ao universo dos espetáculos selecionados para esta
edição do festival. Todavia, as 13 montagens das duas mostras (sete da Adulta e
seis Para Crianças) não deixaram de configurar uma amostragem do que se faz no
país, atualmente. Não só pelos Estados representados – Rio de Janeiro (seis
espetáculos), Santa Catarina (dois), Paraná (um), São Paulo (um), Acre (um),
Rio Grande do Sul (um) e Minas Gerais (um) –, como também pelas várias formas
de se fazer teatro – drama, épico, comédia, fantasia, musical e lírico/poético –
e a maneira como isso foi apresentado nos palcos do Cine-Teatro Ópera e do
Teatro Marista.

Também é necessário lembrar que a avaliação dos espetáculos
é feita com base na sua performance no dia em que se apresentaram. Isso vale
tanto para o Fenata quanto para qualquer outro festival que tenha caráter
premiativo. Logo, se determinado espetáculo não for bem em sua apresentação no
festival, é bastante provável que isso influencie na decisão dos jurados.

Nesse sentido, a premiação da mostra Para Crianças é
emblemática. Os seis prêmios, incluindo o de melhor espetáculo, e as duas
indicações de O reino da gataria, da companhia Atores In Cena, do Rio de
Janeiro (RJ), por exemplo, sinalizam que o musical é uma modalidade em franca
ascensão no Brasil. O espetáculo ganhou os prêmios de melhor espetáculo,
diretor (Marco dos Anjos), figurinista (Rute Alves), sonoplastia (Edinho Hora,
Gustavo Groove e Vini Onety) e maquiagem e especial para o elenco, pelo
trabalho coletivo na interpretação, no canto e na coreografia. Já as
indicações foram para melhor iluminador (Daniel Souza) e cenógrafo (Cachalote
Mattos).

Em segundo lugar, ficou Cabeça de vento, da Pandorga
Companhia de Teatro, também do Rio de Janeiro (RJ), com três prêmios e seis
indicações. O espetáculo ganhou os prêmios de melhor texto original (Cleiton
Echeveste), iluminador (Tiago Mantovani) e cenógrafo (Daniele Geammal) e foi
indicado para melhor espetáculo, diretor (Cleiton Echeveste), atriz (Luciana
Zule), ator coadjuvante (Eduardo Almeida), ator (Jan Macedo) e figurinista (Daniele
Geammal).

Já o espetáculo Lili reinventa Quintana, da Téspis
Companhia de Teatro, de Itajaí (SC), ganhou como melhor atriz (Denise da Luz) e
teve quatro indicações: melhor espetáculo, diretor (Max Reinert), sonoplastia (Alessandro
Kramer e Guinha Ramirez) e cenógrafo (Max Reinert). Na opinião deste crítico, porém,
este deveria ser o espetáculo vencedor, por tudo aquilo que tem de
encantamento, plasticidade, ousadia formal e contribuição inegável para o
universo infantil, haja vista que aborda a obra de um dos maiores poetas do
Brasil, o gaúcho Mario Quintana, infelizmente não tão lembrado quanto deveria.

O que podemos contar, da Trupe do Experimento, do Rio de
Janeiro (RJ), que levou os prêmios de melhor atriz coadjuvante (Tathiana Loyola)
– aliás, a única indicada – e ator (Daniel Carneiro) e foi indicado como melhor
cenógrafo (Cachalote Mattos), confirma Marco dos Anjos como um diretor bastante
promissor. Completa a lista de premiações Dois cavalheiros de Verona, do
Projeto Shakespeare Livre, de Blumenau (SC), que ganhou como melhor ator
coadjuvante (Hugo Carvalho) e foi indicado como melhor figurinista (Cica
Modesto). Por último, O feitiço, do grupo Autônomos de Teatro, de Uberlândia (MG), só teve uma indicação: a de melhor
figurinista (José Luiz Filho).

 

Adulta

Muito embora Portela, patrão. Mario, motorista, da Boa
Companhia, de Campinas (SP), tenha levado seis prêmios – incluindo o de melhor
espetáculo, que dividiu com Deus e o Diabo na terra do sol, da Companhia
Provisória, do Rio de Janeiro (RJ) – e sido indicado para outros dois, a
premiação dos espetáculos da mostra Adulta indica certo equilíbrio que há algum
tempo não acontecia no Fenata. Isso demonstra que, inegavelmente, houve uma
tentativa por parte dos jurados de se contemplar o maior número possível de espetáculos
–levando em consideração, é claro, a sua qualidade.

O grande ganhador da mostra Adulta foi o espetáculo
campinense, que levou os prêmios de melhor espetáculo, diretor (dividido entre Daves
Otani, Eduardo Osório e Verônica Fabrini), ator (Daves Otani e Eduardo Osório),
figurinista (Boa Companhia) e iluminador (Bruno Garcia). As duas indicações
foram para melhor sonoplastia (Silas Oliveira) e cenógrafo (Boa Companhia).

O forte e belo espetáculo Deus e o Diabo na terra do sol
ficou em segundo lugar, com três prêmios e outras nove indicações. Além de
dividir a premiação de melhor espetáculo Patrão, Portela…, levou os de
melhor ator coadjuvante (Jefferson Almeida) e cenógrafo (Lia Farah). As
indicações foram para melhor sonoplastia (Renato Frazão, Michel Nascimento e
Marcus Garrett), iluminador (Tainá Louven), figurinista (Arlete Rua e Thais
Boulanger), atriz coadjuvante (Laura Lagub), ator coadjuvante (duas, para Hector
Gomes e Betho Guedes), atriz (Tamires Nascimento), ator (Gustavo Almeida) e diretor
(Jefferson Almeida).

Pois é, vizinha…, da Companhia de Solos & Bem
Acompanhados, de Porto Alegre (RS), além de ser indicado também como melhor
espetáculo, levou os prêmios de melhor espetáculo pelo júri popular e atriz
(Deborah Finocchiaro). Outro belo espetáculo dessa mostra foi O evangelho
segundo Dona Zefa, do Núcleo de Estudos de Performances Afro-Ameríndias
(Nepaa), do Rio de Janeiro (RJ), que recebeu o prêmio de melhor sonoplastia (Chico
Rota e Raquel Araújo) e foi indicado para melhor atriz (Marise Nogueira) e espetáculo
pelo júri popular.

Completam a lista de premiações O malefício da mariposa,
do grupo Ave Lola Espaço de Criação, de Curitiba, que ganhou como melhor
maquiagem e foi indicado como melhor figurinista (Cristine Conde) e ator (Val
Salles); e Quem é o rei?, do Grupo do Palhaço Tenorino (GPT), de Rio Branco
(AC), que levou o prêmio de melhor atriz coadjuvante (Sandra Buh).

O amor de Dom Perlimplim com Belisa em seu jardim, da
Companhia Ser ou não Cena de Teatro, do Rio de Janeiro (RJ), recebeu quatro
indicações: de melhor espetáculo pelo júri popular, ator  (Cláudio Sásil), atriz (Suellem Costa) e figurinista
(Cláudio Sásil e Zelda Sá).

 

Expectativas

O 40º Fenata também será lembrado pelas expectativas que
criou em relação a profissionais de teatro e grupos que já se apresentaram em
edições anteriores do festival. Algumas dessas expectativas foram cumpridas;
outras, nem tanto.

Na mostra Adulta, as expectativas que foram (muito bem) cumpridas
foram da Boa Companhia, de Campinas, que já tinha vindo a Ponta Grossa, em
2005, para encerrar o 33º Fenata, no Teatro Marista, com o espetáculo ‘hors
concours’ Primus, baseado no conto Comunicado a uma Academia, do escritor
tcheco Franz Kafka; e da gaúcha Deborah Finocchiaro, que também levou os
prêmios de melhor atriz e de melhor espetáculo pelo júri popular com Sobre
anjos & grilos – o universo de Mário Quintana, em 2007, no 35º Fenata. Conseguir
os dois mesmos prêmios em um intervalo de cinco anos é tarefa para poucos, e Deborah
mostrou-se à altura do desafio.

Na mostra Para Crianças, o diretor catarinense Max Reinert
confirmou a sua competência como diretor, e Denise da Luz, como grande atriz.
Ambos estiveram em Ponta Grossa, durante o 32º Fenata, em 2004, ainda ao tempo
do auditório da Reitoria, da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), com
Medeia, que teve indicações de melhor espetáculo e de direção.

Na mostra Às Dez em Cena, o destaque ficou por conta do
espetáculo Sala, quarto,
cozinha, banheiro e outros lugares menos cômodos, interpretado, escrito e
codirigido (com Gilvan Balbino) por Andréa Cevidanes, do grupo O Porão, do Rio
de Janeiro (RJ). Andréia e o grupo já tinham vindo a Ponta Grossa em 2003,
durante o 31º Fenata, com o belo … Cinzas, dirigido por João Marcelo
Pallotinno. A montagem ganhou os prêmios de melhor ator (João Marcelo), atriz
(Andréa) e autora nacional (Andréa), e recebeu indicações de melhor espetáculo,
direção, trilha sonora e figurinista.

Na mostra De
Rua, três espetáculos decididamente mostraram a que vieram, confirmando a boa
expectativa de outros trabalhos que participaram de edições anteriores do
Fenata. A começar por Minha alma é nada depois dessa história, dirigido por Ribamar
Ribeiro, dos Ciclomáticos Companhia de Teatro, do Rio de Janeiro (RJ). Essa
belíssima montagem só fez acrescentar o rol de elogios ao diretor e ao grupo,
que, em 2007, durante o 35º Fenata, com Sobre mentiras & segredos, ganharam
nada menos do que nove prêmios; e em 2010, no
38º Fenata, concorreram
com o também belíssimo Amargasalmas.

Outro bom
momento da mostra De Rua foi Amor por anexins, dirigido por Silvestre
Ferreira, do grupo Dionisos Teatro, de Joinville (SC). Silvestre já foi jurado
da mostra Adulta, em 2007, no 35º Fenata, e dois de seus espetáculos já
receberam indicações e premiação. O primeiro foi
Babaiaga, que recebeu
indicações de melhor espetáculo e direção, na categoria Para Crianças, em 2003, no 31º Fenata; e o segundo foi
Migrantes, que, na mostra Adulta do 37º Fenata, em 2009, foi indicado como
melhor espetáculo e ganhou três prêmios: melhor
iluminação, cenografia e atriz coadjuvante (Andréia Malena Rocha).

Por último, o
Cirquinho do Revirado, de Criciúma (SC), trouxe o pungente e belo Júlia, uma
recriação de bufões baseado no conceito da circularidade, que fez rir e chorar
o público da manhã do dia 13 de novembro, em frente à Estação Saudade. Em cena,
o casal Reveraldo Joaquim e Yonara Marques mostrou um par de moradores de rua
que só dignificam a arte do teatro, pela sua qualidade, competência, talento,
criatividade e imensa seriedade. Eles já estiveram em Ponta Grossa em 2007, no
35º Fenata, mostrando outro belo trabalho,
Amor por anexins, sobre
pernas-de-pau, na mostra De Rua, que recebeu indicação de melhor espetáculo
nessa categoria.

Na mostra de Bonecos/Animação, o grupo Mariza Basso Formas Animadas, de Bauru (SP), trouxe O sítio dos
objetos. No 37º Fenata, em 2009, outro espetáculo do grupo,
O circo
dos objetos, recebeu indicação de melhor montagem.

 

Destoantes

Infelizmente, é preciso mencionar que as notas, por assim
dizer, destoantes do 40º Fenata ficaram por conta de grupos dos quais se
esperava algo mais. Não que isso seja negativo, pelo contrário. Em se tratando
de teatro, nunca se pode prever que se acertará sempre. E isso é uma verdade
quase inquestionável. Até porque se tratam de grupos que já ganharam prêmios no
Fenata.

Nesse sentido, a expectativa mais frustrada ficou por conta do
diretor italiano naturalizado brasileiro Roberto Innocente, do grupo A Arte da
Comédia, de Curitiba, que trouxe à mostra De Rua o espetáculo É o povo que sustenta o Brasil,
apresentado na manhã de 8 de novembro, no Calçadão da rua Cel. Claudio. Não
obstante o fato de que a montagem – encenada pelo ator Alaor Carvalho – estreou
no festival deste ano, ela mostrou que a pesquisa ainda não foi bem concluída.
Resultou em uma apresentação por vezes enfadonha, com Alaor se repetindo no
texto e não aproveitando bem as situações imprevisíveis que a rua oferece nesse
tipo de espetáculo.

Em se tratando
de Roberto Innocente, era de se esperar algo melhor. Ele, que em
2006,
no 34º Fenata, ganhou como melhor espetáculo da mostra De Rua com Comédia
dell’ACT – As Calcinhas da Flor, do grupo Ateliê de Criação Teatral, também de
Curitiba; e, em 2007, no 35º Fenata, com Aconteceu no Brasil – enquanto o
ônibus não vem, já pelo grupo A Arte da
Comédia – Comédia dell’ACT. Conforme explicou o próprio Innocente, este último espetáculo
foi a primeira parte do estudo do grupo, que desembocou em É o povo que
sustenta o Brasil. Pelo sim, pelo não, ficou meio confusa a explicação do
diretor, durante o debate que sucedeu a apresentação, na praça Barão do Rio
Branco, de que seu objetivo, com a montagem, era buscar uma espécie de não
teatro.

Na mostra
Adulta, igualmente é duro concluir que o senão ficou por conta do
Grupo
do Palhaço Tenorino (GPT), de Rio Branco (AC), que trouxe a Ponta Grossa Quem
é o rei?. Havia 11 anos que o grupo não aportava por estes lados. Só para
lembrar, o diretor, Dinho Gonçalves, já participou do Fenata com montagens
dirigidas por Roberto Gill Camargo, um dos maiores estudiosos da semiótica
teatral no Brasil (e que já ganhou prêmios de melhor espetáculo no Fenata, na
década de 1980, e também foi jurado do festival). E, para quem viu espetáculos
como Abajur Lilás, de Plínio Marcos, e A Menina e o Palhaço, de autoria do
casal Dinho e Marília Bomfim, a expectativa em relação a Quem é o Rei? era
muito grande. Ocorre que ela, infelizmente, não se cumpriu. A torcida é para
que, nas próximas edições do Fenata, o grupo volte à cidade com toda força e
talento que seu diretor e elenco têm de sobra.

Por último, na mostra Para Crianças, é preciso falar que
O feitiço, do grupo
Autônomos de Teatro, de Uberlândia (MG), foi outra
das expectativas frustrantes do festival
. Aguardava-se
um trabalho muito melhor por parte do diretor, Paulo Merísio, que já foi
premiado em 2008, no 36º Fenata, com Simbá, o marujo, da Trupe de Truões,
também de Uberlândia, como melhor espetáculo, diretor (Merísio), atriz,
figurinista e iluminador e indicado como melhor trilha sonora. Dois anos antes,
em 2006, no 34º Fenata,
Ali Babá e os 40 ladrões, também dirigido por
Merísio, foi indicado para melhor

figurino, iluminação, cenografia, direção e espetáculo.

Participe do grupo e receba as principais notícias da sua região na palma da sua mão.

Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.