em

HOMEM-ARANHA

POR PEDRO MIRANDA

HOMEM-ARANHA: DE VOLTA AO LAR (JON WATTS, 2017). De 2002 a 2014, o Aranha foi o protagonista solo de 5 filmes. Agora, o sexto chega às telas, e a inevitável pergunta surge: precisava mesmo de outro? Antes de mais nada, esclareço que sou fã do personagem, e se você, como eu, esperava por um retrato mais fiel do cabeça-de-teia dos quadrinhos, a ida ao cinema não será em vão. Ao contrário da trilogia estrelada por Tobey Maguire, o Aranha da vez faz piadinhas durante as lutas e não aparenta ser um adulto no ensino médio. Além disso, ele não é o Parker descolado de Andrew Garfield, sendo, em grande parte da história, o perdedor cujos gibis eu lia há 20 anos – e ainda guardo na estante. Mas o filme também agrada àqueles que buscam apenas bom entretenimento, pois Watts consegue uma boa dosagem entre comédia e ação, ainda que este seja só o seu terceiro longa como diretor.

Porém, de nada adiantaria a boa direção não fosse o carisma do personagem principal, e Tom Holland se destaca, ao encarnar muito bem a metáfora nerd-aracnídea: o Homem-Aranha é o adolescente que, ao descobrir mudanças no corpo, passa a enxergar o mundo de um jeito diverso e dimensiona de modo exagerado suas capacidades, o que o leva a, literalmente, cair de cara no chão. É claro que depois ele se levanta, mas a chance de Parker falhar o torna mais humano do que super. Assim, é preciso reconhecer que o traje falante, além de ser um péssimo alívio cômico, faz a história perder este caráter falível, impedindo o adolescente de 14 anos de descobrir a si mesmo – ei, eu tenho 15, responde Peter. E nem mencionei os combates épicos demais para a narrativa de um herói juvenil, a qualse ajustaria melhor a uma abordagem mais restrita à vizinhança do amigão e aos dilemas escolares. Porém, faltando menos de 1 ano para Vingadores: Guerra Infinita, no qual Parker estará presente, seria quase impossível termos um filme contido. E o fato é que tais elementos são menores e não anulam a experiência positiva de assistir a volta do Aranha, mais deslumbrado do que nunca com a maravilhosa realidade que surge diante de si. Que o pirralho integre, de vez, o time dos adultos, mas com o encanto e a inocência que o distingue do restante.

* Há uma cena após os créditos animados e mais uma, hilária, depois dos créditos letrados.

 

 

Participe do grupo e receba as principais notícias da sua região na palma da sua mão.

Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.