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O fim do populismo – Uma retrospectiva político-econômica de 2016

Após um primeiro mandato desastroso e uma vitória apertada em 2014, Dilma voltou ao Planalto sabendo que sua campanha eleitoral tinha deixado estragos. Já chegou avisando que não tínhamos que ficar rachados, que não era nós contra eles como defendeu ao longo de toda a campanha. Falou com cara amarrada e com sua truculência habitual: estou aberta ao diálogo! . Era o início do que ninguém esperava…

Com esse parágrafo, iniciamos a retrospectiva do ano passado. E é com desemprego, recessão e uma grave crise política que iniciamos a retrospectiva 2016.

Que o ano foi impressionante não podemos negar. Seja para o bem ou para o mal obtivemos derrotas e vitórias cruciais ao futuro do país. Começamos o ano com uma expectativa de juro futuro absurda (na casa de 17% a.a. para 2019) e com a quase garantia de que o Brasil quebraria. Terminamos o ano com expectativa desses mesmos juros em 11%, outro presidente, mais de 30 políticos presos (sem contar as eleições municipais que renderam um presídio inteirinho), recessão tão grave quanto em 2015, desemprego recorde, reconfortantes sinais de que os anos vindouros serão muito melhores.

Por mais desalentador e impopular que possa parecer, as medidas do governo Temer estão recriando o futuro próspero que os últimos governos deixaram escapar. Não gosto dele, não votei nele e minha opinião sobre o PMDB seria censurada pelo editor, no entanto, trabalho bom deve ser reconhecido. E Michel Temer tem sido fantástico em vários aspectos (a começar pelos discursos coerentes). A PEC do teto dos gastos não retirará dinheiro de saúde e educação, apenas fará com que o governo não gaste mais do que ganha por 20 anos.

A reforma da previdência está mais amarga do que o esperado, mas a ideia por trás dela é lógica: ou mudamos a estrutura ou os aposentados ficarão a ver navios em pouco tempo. A abertura das leis trabalhistas de forma a fazer com que tudo torne-se de mais simples e objetivo tem a capacidade de retomar os postos de trabalho perdidos nessa crise. Essa maior liberdade representa uma bela ajuda a trabalhadores e empresários. A mudança da remuneração do FGTS é um grande passo e fará muita diferença nos bolsos dos trabalhadores ao longo das próximas décadas. Analisando friamente, são questões básicas, mas nenhum político queria chafurdar esse chiqueiro.

Todas essas questões têm por consequência 2 fatores cruciais para a evolução do país: queda dos juros e reforma tributária.

O ano tinha tudo para marcar a retomada da confiança e a recuperação econômica logo no primeiro semestre de 2017… se não fosse o de sempre: os picaretas do governo. Os graves escândalos de corrupção descobertos alguns anos atrás tomaram uma proporção tão absurda que parece não haver saída. Há inclusive quem defenda que a operação Lava-Jato faz um desserviço para o Brasil. Discordo totalmente. A operação marca o que pode ser uma ruptura do padrão rouba mas faz tão adorado pelo ignorante povo brasileiro. O problema é que as ‘Medidas contra a Corrupção’ e todas as reformas têm de ser votadas pelos mesmos ladrões que estão acuados pelo juiz Sérgio Moro. Esse cabo de guerra entre a população e a classe política quebra a magia e a confiança de todo o excelente trabalho que Henrique Meirelles tem realizado no ministério da fazenda.

Em maio desse ano apresentei uma palestra na qual comentei: o cenário mais provável é o início de uma retomada econômica no segundo semestre de 2017. Mantenho a convicção e ainda ouso afirmar que caso o medo da justiça fosse maior que o ímpeto da corrupção, voltaríamos a crescer mais cedo. Prova disso foi o choque de confiança ocorrido na bolsa de valores. O Ibovespa avançou 38,94% esse ano. Parece muito, mas se não fossem os desserviços de Renan & Cia, a bolsa não teria caído quando acumulava altas de 51%. O mesmo aconteceu com sinais de retomada nas expectativas e então novas quedas na confiança em todos os setores.

2017 tem todos os fatores para ser um ano fantástico. Onde alguns veem desespero, vemos oportunidades. E a oportunidade do Brasil tornar-se grande nos próximos 20 anos é alta. As reformas estão trazendo estabilidade. E estabilidade em um país com o nosso potencial costuma significar um boom econômico. Levando em conta a atual recessão e desempregos, a premissa para os próximos anos é cômica, porém verdadeira: estamos pobres, mas se continuarmos trabalhando duro, podemos não ficar ricos, mas com certeza avançaremos muito. Senhores, caímos, atingimos o fundo do abismo e sobrevivemos, a realidade é que temos muito mais a comemorar do que a lamentar.

Que todos tenhamos um 2017 cheio de realizações, marcado pela volta do crescimento e do vislumbre de um futuro melhor.

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