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Reforma à brasileira

Todos sabemos que o Brasil é dividido em castas. A casta superior é composta por políticos e funcionários públicos de alto escalão. São os intocáveis brasileiros: os caras que fazem o que querem, juízes que legislam, políticos com foro privilegiado, etc. No quadrante intermediário temos os empresários e funcionários públicos comuns. Os primeiros com seus benefícios tributários: empresário não ganha salário, faz distribuição de lucro, o que traz isenção fiscal uma vez que a empresa já pagou os tributos e tributos sobre as empresas são menores que o imposto de renda da pessoa física. O segundo grupo tem as benesses estatais, tais como não precisar trabalhar para receber salário e ter aposentadoria privilegiada com relação ao restante da população.

Na base da pirâmide, os oreia-seca, são os trabalhadores comuns. Aqueles que não tiveram oportunidades de estudo e/ou acabam sendo enganados por sindicatos, populismo barato e políticos safados. É para esses, os mais pobres, que sempre sobra a conta.

Temer propôs a reforma da previdência com o intuito de padronizar tudo. Apesar de bastante dura, a reforma trazia como ponto chave a padronização do funcionalismo público no mesmo regime previdenciário do trabalhador comum. Ou seja: a mesma regra para todos.

Como estamos no Brasil e a igualdade só existe na constituição (aquele papel bacana que ninguém sabe para quê serve ao certo), a igualdade perante a lei já voltou ao campo das ideias.

Para conseguir a aprovação da reforma da previdência, deputados exigiram a retirada dos servidores públicos do mesmo regime comum a todos. Com muito esforço negociou-se a saída dos funcionários estaduais e municipais, portanto os funcionários federais continuam no mesmo balaio (junto com o povo). A questão é a seguinte:

Haverá dinheiro para pagar as aposentadorias?

Estudo do economista Nelson Marconi (FGV) apontou que em 2016 a previdência de servidores públicos federais consumia R$ 105,4 bilhões, o equivalente a 43% do total de recursos da previdência, no entanto as suas contribuições representam apenas R$ 12,6 bilhões. Ao final de 2014, o TCU apontou que o déficit da previdência de 1 milhão de aposentados do setor público é maior que o dos 24 milhões de aposentados privados. Gastos com previdência já equivalem ao dobro dos gastos com saúde, educação e assistência social somados.

Com essa liberação, a reforma da previdência já começa errada, mostrando que todos são iguais, exceto alguns. E o futuro dos estados e municípios se torna sombrio diante da falta de planejamento dos mesmos. O rombo vai continuar aumentando e você que é servidor estadual e briga contra a reforma da previdência, comemore a vitória enquanto é tempo, pois nesse ritmo, infelizmente, não haverá previdência quando chegar a sua vez.

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