Torrão amado! Paisagens / Onde passei minha vida,
Na verde terra querida, / Que não esqueço, jamais…
Teus lindos campos infindos, / As glebas férteis, vermelhas,
Pitorescas vias e quelhas / Horizontes, os pinhais!
Recordo os prados em volta, / As belas noites de lua,
O frio cortante na rua / E o fulgor das tuas estrelas!…
Noutro lugar nunca vi, / Serras, cascatas formosas,
Lírios, mirtos; tuas rosas, / Bendita sejas, por tê-las!
Rememoro a ingênua estória / Das pombas da fundação,
Guiadas por santa mão / Para os teus solos felizes.
Qual se programasse Deus / Bênçãos de paz e de amores,
Mesclando raças e cores, / Filhos de novos matizes.
As ladeiras e baixadas, / As praças tranquilas, nobres
Onde dormitam os pobres / E pipilam os pardais…
Muita coisa esta mudada, / Foram-se as velhas gralhas
Agricultoras sem falhas / Que semeavam demais…
Lembro a vida que eu fruía / Vejo teus céus chamuscados
Graças aos campos queimados, / Sofro saudades de ti.
Fora do corpo, esse amigo / Que me conduzia a pé,
Ao recanto, em Nazaré / E ao tranquilo Tibagy!…
Quando eu puder retornar / Desde agora a Deus eu peço,
Quero ajudar teu progresso, / Fazer tudo quanto possa.
Participar da alegria / De construir teu futuro
Espírita-cristão, juro! / Terra amada: Ponta Grossa!
(Fidélis Alves, psicografia Divaldo Pereira Franco, Salvador, 24/11/1971)
Fidélis Augusto Alves, nascido em São Fidélis (RJ), em 29 de abril de 1881, chegou a Ponta Grossa em 1921. Foi comerciante, contador e exerceu os cargos de Tesoureiro e Secretário da Prefeitura, e eventualmente substituiu o Prefeito. Poeta e orador de inspiração privilegiada, suas composições lítero-doutrinárias, de elevado conteúdo moral revelam na espontaneidade do sentimento, a pureza de um coração sensível e bom. Espírita dedicado e atuante, desencarnou em 12 de maio de 1960.