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10 perguntas para Rangel

Em live de 60 minutos nas plataformas digitais do Diário dos Campos, o prefeito de Ponta Grossa Marcelo Rangel fala sobre covid-19 e estrutura hospitalar, queda na arrecadação e investimentos em obras, pedido de subsídios pela VCG e extensão no horário do comércio… E diz que vai voltar à vida de empresário e que sua maior frustração na prefeitura foi não ter renegociado o contrato com a Sanepar.

1 – Município não tem recursos para transporte
Por que a prefeitura é contra subsidiar o transporte público?

O número de passageiros caiu, mas caiu em todos os lugares do mundo. Não entendo o porquê da solicitação de recursos públicos [feita pela concessionária VCG], se o contrato diz que o pagamento vem das passagens de ônibus, e não da prefeitura. (…) Se tivéssemos o recurso, teríamos que pagar R$ 20 milhões até o final do ano para a VCG. Não temos nem para pagar os funcionários. Se tivéssemos que pagar a VCG, teríamos que pagar todas as concessionárias da prefeitura. A coleta de lixo também. Se houve grande número de pessoas que não pagaram IPTU, também não pagaram a taxa do lixo. E o transporte escolar? E os taxistas? Não tem condições!

2 – PG preparou seus hospitais para a covid-19
Nossos hospitais estão preparados para a doença?

Ponta Grossa atende toda a região dos Campos Gerais. Temos pouquíssimos ponta-grossense na UTI e em leito clínico. Neste momento, temos um paciente de Ponta Grossa na UTI, os outros são de toda a região, porque temos um milhão de pessoas na região dos Campos Gerais. Me preocupa a evolução da doença nas cidades pequenas. Porém, a estrutura que estudamos e já preparamos é grande. Temos o hospital Bom Jesus com mais 10 leitos, outros 20 em implantação no HU. E, se tivermos lotação máxima em todos – que isso não ocorra – teremos a estrutura na região metropolitana [de Curitiba], que tem mais de 300 UTIs. Ainda temos leitos no Hospital Municipal e na Unimed, que podemos usar se o sistema ficar totalmente esgotado, assim como a Santa Casa.

3 – Imprevisibilidade do vírus faz reabrir parques
Por que reabrir parques e ampliar horários do comércio?

Não sabemos quando a pandemia vai acabar. Ninguém tem essa bola de cristal. Pode acabar semana que vem, ou terminar no ano que vem. Não há sentido em prejudicar as pessoas, o trabalhador, o empresário, com restrições nesse momento. Se eu fechasse todo o comércio, teríamos menos infecção, mas não saberíamos quando poderíamos retomar o comércio. Estaríamos privando a cidade de trabalhar, produzir e gerar empregos. Teríamos a economia prejudicada e a miséria batendo nas portas das casas. A pandemia pode se estender, como ocorreu em diversos países. A doença vai infectando as pessoas na medida em que elas têm mais contato. Ponta Grossa melhorou a prevenção com uso de máscaras e distanciamento – embora ainda exista quem abusa, o que preocupa.

4 – Meta é retomar aulas municipais em agosto
Quando devem voltar as aulas na rede municipal?

Nossa meta é agosto. Porque, se avaliarmos que o pico possa ser final de junho e início de julho, teremos um mês de regressão da doença em Ponta Grossa. Até lá, esperamos que alguns avanços sejam conquistados, em tratamento da doença. Mas sou contra a abertura das escolas sem garantia absoluta de que as crianças estão protegidas, e que a saúde está garantida para alunos e professores. Temos que voltar com cautela. Mesmo as crianças não desenvolvendo os problemas graves da doença – graças a Deus – são vetores de transmissão até maiores.

5 – PG deve voltar a voos comerciais em julho
Quando se planeja reabrir rodoviária e aeroporto?

Em julho. Já há passagens aéreas sendo vendidas pela internet para uso em julho. Se o aeroporto vai reabrir, a rodoviária também. Mas, quanto mais a gente conseguir segurar, mesmo com as empresas trabalhando em suas garagens de forma precária, sabemos que é algo que está funcionando. Estamos fazendo planejamento de desinfecção de carros e acompanhamento de passageiros para saber se estão com febre. Mas julho é a meta. Com essa doença não há certeza de nada. Basta uma festa para mudar tudo que a gente já fez e cada conquista até aqui. E a volta dos voos de Campinas também depende de São Paulo.

6 – Município mantém nova pavimentação
As obras de pavimentação podem ser prejudicadas?

Ao contrário, estamos intensificando as obras, porque entendemos que isso aquece a economia e traz emprego. Os que trabalham nesse setor estão com seus salários assegurados, e as obras com recursos garantidos. Também temos obras trazidas pelo deputado Sandro Alex para a região, como os cinco grandes viadutos, com R$ 50 milhões de investimento só na Souza Naves. Isso gera riqueza para o município. E ainda vamos intensificar obras na construção civil.

7 – É momento de incentivo à iniciativa privada
Que outros investimentos estão previstos?

Teremos, nos próximos dias, o anúncio de mais de duas mil casas populares em investimento privado. Estamos falando da maior empresa do Brasil [no segmento], que fará o anúncio nos próximos dias, e isso vai fomentar emprego. Temos que incentivar, porque as prefeituras, o governo do estado e o governo federal estão em calamidade financeira. Nunca tivemos uma queda de arrecadação tão grande, e com relação à habitação, na iniciativa privada, vai continuar crescendo. É só ver o número de prédios que continuam sendo construídos, mesmo com a pandemia.

8 – Pandemia interrompe obras e eventos
Quais planos de sua gestão estão mais afetados?

Tem muita obra, muito asfalto, obras muito grandes que já contratamos e têm recursos garantidos. Mas não temos recursos livres para obras como campos de futebol society. Seriam mais oito, que não vou poder fazer. Tem a Feira do Paraná, que não pudemos fazer. E até o Natal, que é investimento necessário para fomentar o comércio, está comprometido. Não posso fazer licitação nesse momento, porque não sei como estaremos em dezembro. Provavelmente, será um Natal simples, e nem sei se teremos. A população deve se preparar para ter um Natal iluminado em suas casas, porque a prefeitura não teria.

9 – Rangel lamenta incerteza em saneamento
Qual é sua maior mágoa como prefeito?

Posso dizer que é o contrato com a Sanepar. Há muitas críticas aos serviços e o contrato atual só beneficia uma das partes. Precisávamos discutir. Tivemos uma proposta gigante, porque temos uma dívida de mais de R$ 40 milhões de gestões passadas em que não foi paga a água. Podia ter sido negociado, podia já ter captação do rio Tibagi – hoje temos só Pitangui e Alagados e vivemos uma crise hídrica. Ano que vem terá aumento de residências e indústrias, e isso me incomoda. Por duas vezes mandei projeto para a Câmara e, por politicagem, me fizeram retirar o projeto. É a única mágoa que vou ter, porque é algo que não consegui resolver.

10 – Prefeito quer deixar a vida política
O que fará ao término de seu mandato?

Pretendo agora voltar à minha vida profissional. Estou sentindo falta da alegria e bom humor, dos amigos, de contar piada e fazer as pessoas ficarem mais felizes. Já cumpri minha missão, e não tenho interesse em permanecer mais dois anos, como seria dentro daquela proposta de estender mandatos, que não acho certo. Não acho que isso vá acontecer mas, se estender, a vice-prefeita Elizabeth Schmidt poderia assumir. Muitos projetos são deixados de lado quando muda uma gestão, por um ou dois anos. Com a Elizabeth, não perderíamos um dia sequer e manteríamos tudo que já foi conquistado.

Confira a live completa:

 

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