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1917 aborda as memórias de guerra

Dean-Charles Chapman tornou-se conhecido como Tommen na série Game of Thrones. George MacKay foi um dos filhos – Bodevan, o Bo – de Viggo Mortensen em Capitão Fantástico. Ambos fazem agora Blake e Will em 1917, o épico de guerra de Sam Mendes que teve pré-estreias no fim de semana e entra em cartaz na quinta, 23. Em Ponta Grossa, está em cartaz no Lumière (legendado 18:45; dublado 21:10) e no Cine Araújo (legendado 21:45; dublado 19:30)

No começo do mês, 1917 venceu os Globos de Ouro de melhor filme de drama, direção e fotografia. No sábado, foi o grande vitorioso na premiação do Sindicato dos Produtores, o que o converte em favorito no Oscar, ao qual concorre em dez categorias. No começo de dezembro, bem antes de todo esse rebuliço, MacKay e Chapman conversaram pelo telefone com o jornal O Estado de S. Paulo. Estavam entusiasmados com o filme, e com Sam.

"Quando fizemos a audição, sabíamos apenas que era um filme de guerra, mas não as particularidades da produção, que seria filmado num único plano contínuo. E só depois descobrimos que seria um projeto muito pessoal de Sam, que queria contar a história do avô dele durante a 1ª Grande Guerra. Ele cresceu ouvindo essa história, e saber que queria compartilhá-la com o público, e nós seríamos seus instrumentos, criou uma cumplicidade muito grande. Não era só mais um filme, era 'o' filme", disse Chapman. Game of Thrones já era pródigo em cenas de combates, as crônicas do gelo e do fogo, mas aqui não existem fantásticos dragões lançando suas chamas. "Oh, não. O que temos é o horror da trincheira, recriado com todos os detalhes, e quando você está correndo no campo de batalha, com fumaça, explosões e estilhaços, e a cena se estende, e você não ouve nunca o 'Corta!', a coisa fica muito real e assustadora", acrescenta MacKay.

Começa com um soldado descansando, à sombra de uma árvore. O repouso do guerreiro. É chamado para uma missão – em dupla, com um companheiro. Terão de atravessar a guerra para levar uma mensagem, lá do outro lado. O caminho é permeado de perigo. "É um filme sobre o tempo", define MacKay, "e o fato de ter sido filmado num plano só reforça essa sensação, esse sentimento. No cinema, a gente sempre trabalha com tempo e espaço para criar alguma coisa, talvez uma ilusão, mas nunca com essa intensidade", reforça Chapman.

Lá pelas tantas, Blake pergunta a Will: ‘Por que você me escolheu para acompanhá-lo nessa jornada?" E a resposta: "Porque achei que seria fácil, como pegar comida". Na verdade, não é, mas, no período em que ambos ficam juntos, consolidam uma amizade. "Era o que Sam nos dizia. Essa é uma saga de companheirismo e amizade. O fato de termos ficado juntos seis meses, o tempo todo, ajudou para que George e eu também ficássemos os melhores amigos", reflete Chapman.

O filme fecha um ciclo, mas, para evitar o spoiler, é melhor não dizer como termina. Um desafio físico portentoso. E o emocional? "Pois é, mas de atores é isso que se espera, não? Que sejamos capazes de sentir e transmitir emoções. A experiência com Sam foi demais. É só ele chamar e a gente vem correndo", concluem.

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