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40% da água é desperdiçada em PG

Cerca de 40% da água produzida em Ponta Grossa é desperdiçada por ligações irregulares (fraudes). O índice de perdas do município está acima da média do Brasil, que gira em torno de 38% e do Paraná que é 34%. O índice também está ligado à topografia da cidade e também às tubulações antigas.

Segundo a Sanepar, 10% da água desperdiçada na cidade é utilizada operacionalmente para a limpeza de filtros, decantadores e reservatórios. Os outros 30% são atribuídos às fraudes, vazamentos, obras e desgaste de equipamentos de medição.

"A Sanepar faz, mensalmente, uma análise de como está a perda de água na cidade e também em nossa regional. E o que pudemos verificar, é que, primeiramente, a topografia de Ponta Grossa interfere muito. A cidade tem um relevo acentuado, com partes altas e baixas, fazendo com que tenhamos que bombear e frear a água. Esse tipo de relevo gera uma tendência de perda maior por conta disso", explica Lincoln Marcelino Verges, gerente regional da Sanepar Ponta Grossa.

Tubulações antigas

Outro fator importante a se destacar, de acordo com Verges, e que favorece o índice de perdas, está ligado às tubulações espalhadas pela cidade. "Ponta Grossa conta com tubulações da década de 1940. São muito antigas e isso faz com que a tendência de vazamento seja maior. Hoje, boa parte das tubulações novas, instaladas pela Sanepar, são de ferro fundido e contam com uma proteção interna que melhora a durabilidade", disse o gerente.

Para evitar vazamentos e comprometimento do abastecimento, a Sanepar pretende, até 2024, realizar a substituição de 33 quilômetros de tubulações antigas instaladas na região central da cidade.

Fraudes

As ligações de água irregulares, conhecidas como fraudes, são situações que mais têm chamado a atenção por parte da Sanepar. "Estamos surpresos. Não tínhamos ideia de que, em apenas quatro meses, fôssemos encontrar tantas fraudes", destacou Lincoln.

O gerente explica que, desde que assumiu a gerência regional da Sanepar, neste ano, um trabalho de fiscalização foi intensificado para identificar as ligações irregulares.

"Identificamos que cerca de 20 mil ligações de água foram suprimidas, ou seja, foram canceladas no sistema da Sanepar. Essas são as primeiras a serem vistoriadas, porque estão suscetíveis a dar algum problema", diz Simeri Michiko Aiko, gestora de contrato comercial e cobrança da unidade regional de Ponta Grossa.

Desde o final de março, equipes intensificaram trabalhos de fiscalização nas residências para identificar possíveis fraudes. O trabalho é coordenado por Simeri, juntamente com Paulo Roberto Taques, coordenador regional de clientes da unidade regional de Ponta Grossa.

"As equipes realizam a leitura e identificam se houve violação do dispositivo de cobrança e outros apontamentos. Eles também verificam a presença de lacres violados e alterações no cadastro. Se houver fraude, o cliente é notificado e tem a sua água cortada imediatamente. Nesses casos, ele deve procurar a Sanepar para regularizar", expõe Simeri.

Ligações

Apontamentos indicam que existem em Ponta Grossa, até o momento, seis mil ligações irregulares. Os dados foram obtidos graças ao trabalho de verificação diária das equipes realizado de março a julho. Deste número, mais de 2490 ligações já foram regularizadas.

"É um número muito alto, se levarmos em consideração que nos anos anteriores eram encontradas em torno de 200 a 300 ligações irregulares ao mês. Em quatro meses, esse número dobrou. A tendência é aumentar ainda mais. É um processo gradativo e o trabalho é realizado graças a uma força-tarefa realizada com as empreiteiras", destaca a coordenadora. Desde que o trabalho começou, já houve uma redução de 7% das perdas de água na cidade.

Crime

De acordo com Paulo Roberto Taques, o que mais tem chamado a atenção são ligações irregulares encontradas em grandes construções. "Nesse roteiro, encontramos prédios, mercados e hotéis, totalizando cerca de 20 na cidade.

"Temos grandes clientes que teriam condições de pagar e, mesmo assim, cometem essas irregularidades", diz Simeri. "O desperdício dessa água acaba saindo do nosso próprio bolso", complementa Paulo.

Recentemente, a Sanepar realizou uma parceria com a Polícia Civil e Instituto de Criminalística no sentido de penalizar os responsáveis por grandes construções que furtam água. "Essa prática é criminosa e a pessoa poderá responder pelo crime de fruto de usurpação de água", comenta a coordenadora. A multa nestes casos pode variar de R$ 12 a R$ 14 mil e pena de seis meses a dois anos de prisão.

Tarifa Social

Caso as ligações irregulares sejam encontradas em imóveis de famílias que sejam consideradas baixa renda, a multa aplicada é de R$ 200, podendo ser parcelada em 12 vezes de R$ 15. Nesse caso não é considerado crime e as famílias podem entrar para o programa Tarifa Social com melhores condições de pagamento da fatura da água.

Conscientização

Ainda de acordo com Lincoln, a intenção da Sanepar é tentar inibir a prática criminosa, não somente no sentido punitivo, mas conscientizar as pessoas para que evitem o desperdício de água.

"Essa prática afeta o meio ambiente, além disso, a captação de água não é distribuída e toda a sociedade sofre com isso. Quando existe um furto de água, não há controle do desperdício. É traumatizante. Que as pessoas de alta renda saibam que vão responder processo policial e os de baixa renda saibam que vamos negociar para que a água seja um meio universal para todos. Queremos trazer a Sanepar para próximo do cliente", finalizou o gerente.

Denuncie

Interessados em fazer denúncias sobre ligações irregulares ou esclarecer dúvidas podem entrar em contato pelo número 0800 200 0115.

 

 

 

 

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