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A moda sustentável e o mundo globalizado

O debate sobre sustentabilidade não é assunto novo para quem nasceu depois de 1980, entretanto, em termos históricos, são discussões recentes. Em 1968 alguns ambientalistas reuniram-se para discutir a sustentabilidade da terra, esse grupo conhecido como “O Clube de Roma” foi idealizador do que mais tarde se tornaria um tratado mundial sobre sustentabilidade e responsabilidade social. fundamentado por este debate a ONU (Organização das Nações Unidas) promoveu, na década de 1970, a Conferência de Estocolmo que, entre outras coisas, produziu a “Declaração Sobre o Meio Ambiente Humano”.

 

 

Com mais clareza sobre os impactos causados pelo consumo excessivo, a ONU passou a promover eventos, tratados e conferências que tinham como foco produzir normas, regulamentos e acordos para a produção e comércio de bens de consumo com o mínimo de impacto nas diversas dimensões do que classificamos como meio ambiente.

Na atual conjuntura política, um nome se destaca no campo do debate sustentável, Pepe Mujica. O ex-presidente Uruguaio defende que “o homem é o único animal capaz de destruir a si mesmo”. Mujica propõe que o principal desafio das próximas gerações será encontrar o equilíbrio entre a produção de bens de consumo e consumo consciente.

Embora pareça simples, as implicações que este modelo social pode gerar são gigantescas, uma vez que a economia precisa crescer e crescer. Entre muitas ideias, Pepe defende o que chama de “viver com sobriedade” alegando que o planeta tem perfeitas condições de sustentar nossas necessidades mas é incapaz de sustentar nosso desejos de consumo. 

Previsões bastante otimistas estimaram um colapso global em aproximadamente cem anos. Alguns ambientalistas defendem que, no ritmo de consumo atual, o prazo cai para  trinta anos e, outros mais radicais, dizem que a terra já encontrou seu limite produtivo. Pouco importa qual previsão é correta, o fato é, se não repensarmos nosso modelo exploratório e consumistas, o colapso da raça humana não tardará.

Então, caro leitor, o objetivo desta matéria é propor uma reflexão sobre o papel da moda no contexto social, ambiental e humano e a crescente macrotendência que podemos denominar como ECOfashion. 

Para entender o lugar da moda neste cenário, precisamos contextualizar o movimento denominado fast fashion que, assim como fast food, caracteriza  moda rápida. O fast fashion é filho da produção de larga escala iniciada pós segunda guerra mundial, um modelo produtivo onde o “pronto para usar” passa a nortear o mercado globalizado. Esse sistema é caracterizado pela importação de matéria prima e produto acabado, projetado para durar pouco e distribuído estrategicamente em redes varejistas, franquias e multimarcas.

Contrapondo-se ao fast fashion, surge outro movimento denominado slow fashion. O slow compreende um estilo de vida muito além da moda e aproxima-se bastante da ideologia proposta por Mujica, a sobriedade. Mesmo  tímido, o slow tomou força em áreas como a alimentação e a moda dando inicio a um novo comportamento de consumo.   

Em 2003 aconteceu em New York a I Semana de Moda Verde, aberta junto à exposição do artista plástico Jason Macier chamada “Celebrity Junk Drower” ou, gaveta de lixo das celebridades. O trabalho Macier consiste em retratar artistas pop utilizando como matéria prima principal lixo de gaveta, em geral, doado pelo próprio artista. O objetivo deste evento foi promover debates sobre moda sustentável, os impactos da cadeia produtiva e o comportamento de consumo contemporâneo. A iniciativa dos nova-iorquinos  convidou  empresas e consumidores a refletir sobre o tema, ampliado a discussão e fortalecendo o movimento. Novas marcas surgiram  e outras já existentes  adotaram o ECOfashion como política organizacional atuando intensamente para a construção de uma identidade green com responsabilidade ambiental, inclusão social e diversidade cultural.

A INSECTA SHOES é uma marca brasileira de sapatos e acessórios ecológicos e veganos que representa bem essa tendência de mercado no Brasil. Transforma em sapatos peças de roupas usadas, além de garrafas de plástico recicladas. Os mais diversos tecidos e estampas daqueles modelitos abandonados viram botas, oxfords, sandálias e slippers veganos, sem nenhum uso de matéria-prima de origem animal.

Aderir ao ECOfashion não é difícil, fica a um click de distância. A responsabilidade social e o compromisso com um futuro sustentável está ao alcance de todos. (disponível em https://www.insectashoes.com).

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