Está agendado para esta quinta-feira (22), o julgamento do fazendeiro Mauro Janene Costa, acusado de matar e jogar do 12º andar de um prédio a professora Maria Estela Pacheco, em outubro de 2000, em Londrina. O julgamento se arrasta há 18 anos e teve sete adiamentos de audiência, que só fizeram aumentar as páginas do processo que já tem 14 volumes.
A filha da vítima, Laila Pacheco Manechino, que à época dos fatos era adolescente, colocou como prioridade obter justiça para o que ocorreu com Maria Estela. Ela cresceu com mais perguntas que respostas e, em parte por causa disso, se formou jornalista e advogada. A demora obrigou Laila a fazer uma peregrinação, que agora chegou a Ponta Grossa, para onde o julgamento foi transferido em virtude da forte comoção popular que cerca o caso em Londrina.
Laila conta que uma série de fatores fizeram com que o caso se tornasse extremamente complicado sob todos os pontos de vista. Sua mãe tinha um relacionamento conturbado com o acusado. Pelo que ela lembra, e pelo que soube depois, na noite do ocorrido sua mãe encontrou Mauro em um bar e foram para o apartamento dele. Pela madrugada, ela foi encontrada, já sem vida, caída diante do prédio. O corpo demorou a ser identificado, e acabou sendo sepultado sem que fossem feitos os exames necessários pela criminalística, o que obrigou à exumação do cadáver 20 dias depois. “Já não foi possível confirmar a causa da morte. Mas os exames apontaram que ela já estaria morta há cerca de uma hora, quando chegou ao solo”, diz Laila.
Ponto final
O julgamento em Ponta Grossa tinha sido anteriormente marcado para o mês de fevereiro. Mas a advogada do réu pediu o adiamento, em função de uma gravidez de risco. Com isso, a audiência foi remarcada para esta quinta-feira. Apesar de acompanhar de perto o desenrolar do processo, Laila afirma que não está simplesmente buscando a condenação do acusado, mas que receia ver um novo adiamento. “Nunca falei que quero a condenação dele. O que quero é um ponto final em tudo isso”, diz. O DC tentou entrar em contato com a advogada de Mauro Janene Costa, mas não conseguiu localizá-la até o fechamento desta edição.