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Alunos da UniSecal recebem palestra sobre racismo na atualidade

Os cursos de Administração e Ciências Contábeis da UniSecal receberam na última terça-feira, 19 de novembro, uma palestra com o tema 'Letramento Racial Crítico'. A atividade aconteceu no auditório do Sesc Ponta Grossa e fez parte da 'Semana da Afro-Consciência', evento promovido pela UniSecal. A conversa buscou aprofundar e discutir com acadêmicos e professores sobre o racismo na atualidade.

Com a participação das palestrantes Bruna Pereira Madruga, Jaciara Novaes Mello, Méris Nelita Fauth e Merylin Ricieli dos Santos, a palestra pôde apresentar dados, estatísticas, histórias das próprias conferencistas, além de situações que evidenciaram o atual cenário do racismo no Brasil. Além disso, uma atividade chamada 'Jogo dos Privilégios' foi realizada com os ouvintes, com o objetivo de mostrar como a desigualdade racial é uma desvantagem na vida da pessoa negra.

Conscientização o ano inteiro

Unanimidade entre as quatro palestrantes, a 'Semana da Afro-Consciência' é vista com bons olhos. Porém, para elas, o negro sofre em 365 dias do ano e não somente no mês de novembro. Dessa forma, essa conscientização deve ser abordada cotidianamente. "Trabalhar questões sobre o racismo, raça, justamente porque vivemos em um país extremamente racista. Já passou da hora de nós mudarmos os paradigmas, a nossa forma de pensar", comenta a professora Méris Nelita.

A UniSecal tem promovido a 'Semana Afro' desde 2012. De lá para cá, diversas oficinas, palestras, debates e exposições já aconteceram na instituição. E de acordo com Merylin Ricieli, o evento é importante para o aprendizado de toda a comunidade acadêmica. "É necessário conversar sobre essa temática para além de novembro e dar a real importância a ela. O racismo está presente o ano todo", explica a doutoranda em História.

Além do debate envolvendo o racismo, para a palestrante Bruna Pereira é essencial que a sociedade crie mais empatia com o assunto. "Cada vez que falamos sobre esse tema polêmico é bom porque se cria um vínculo com os próprios alunos, logo, eles e toda a comunidade se sentem mais à vontade para dialogar sobre", pondera a estudante da graduação em enfermagem da UEPG.

Egressa da UniSecal na palestra

Ex-aluna do curso de Jornalismo da UniSecal, Jaciara Novaes foi uma das palestrantes da atividade. Segundo ela, o espaço aberto para falar sobre o racismo torna a instituição um diferencial. "O centro universitário está de parabéns, acadêmicos e docentes, por oportunizar e dar visibilidade a um tema tão importante. Têm lugares que nem em novembro dão esse espaço, então, se a UniSecal proporciona esse debate, ela merece os parabéns", enfatiza a jornalista.

Além de contribuir com a formação dos ouvintes da palestra, Jaciara também ressalta como é estar voltando para a instituição que a formou. "Fantástico. Tenho um carinho imenso pela UniSecal, pois foi onde aprendi tudo e pude ir ao mercado de trabalho. Então voltar a ela e falar para todo esse público sobre a causa negra é incrível", finaliza.

Possíveis mudanças

Como salientado pelas conferencistas durante a palestra, é necessário que temas sobre racismo, raça, conscientização negra e outros assuntos correlatos sejam evidenciados durante todo o ano. Para a doutoranda em História Merylin, um passo inicial seria a comunidade entender que o racismo não é somente um problema da população negra. "O racismo existe porque tem uma ideologia de superioridade da raça branca sobre negros. Então, a partir do momento que a população branca reconhecer que tem privilégios e foram beneficiadas historicamente com isso, pode ser um primeiro passo", argumenta.

Já para a professora Méris, outro reconhecimento que tem que partir por parte da sociedade é a invisibilidade dos negros nos ambientes de lazer, trabalho, educacional, etc. "Olhar para os lugares públicos que você frequenta e perceber essa ausência dos negros. Se perguntar 'Por que os negros não estão aqui?'", encerra a docente.

Créditos: Divulgação 

Semana da Afro-Consciência UniSecal

A 'Semana Afro' é realizada sempre em comemoração ao Dia da Consciência Negra. Os principais objetivos do evento são envolver acadêmicos, professores e colaboradores, além da comunidade, para que conheçam as manifestações culturais, étnicas e religiosas da raça negra. O projeto visa também identificar as situações em que a injustiça se faz presente na cultura do negro, desmistificar o preconceito em relação às religiões de matriz africana e contribuir para a valorização do negro. O evento acontece desde 2012 e durante a semana são realizadas diversas atividades: oficinas, palestras, debates, exposições e apresentações culturais.

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