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Artistas de Ponta Grossa se reinventam durante a pandemia

A pandemia obrigou o cancelamento de diversos shows e eventos que estavam agendados ao longo do ano, prejudicando o trabalho de muitos artistas locais, que vivem da música. Apesar do impasse, muitos buscaram alternativas para se reinventarem durante o período, como é o caso do cantor e produtor ponta-grossense, Alexandre Mello. 

Músico profissional há mais de seis anos e há quatro trabalhando exclusivamente com a música, Alexandre buscou alternativas já que 25 apresentações, em casamentos, eventos colaborativos e em bares, que já estavam agendadas para ele este ano, foram canceladas. 

“Lancei, há cerca de dois meses, uma campanha colaborativa onde eu disponibilizo um pacote com quatro canções autorais e as pessoas podem adquirir com o valor em que elas se sentirem à vontade. Ainda dentro do contexto de buscar alternativas, criei uma linha de camisetas e quadros com letras da minha música. Foi uma forma que encontrei de lançar a minha marca”, disse Mello. 

Alexandre Mello, 29 anos, trabalha com a música há seis anos e encontrou formas de se reinventar. (Foto: Fábio Matavelli)

 

Mesmo com o período difícil, Alexandre destaca que tirou lições positivas da situação. “Enquanto artista, tomei uma atitude muito importante quanto a isso. Sempre busquei encontrar soluções positivas, sempre existe uma possibilidade, uma luz no fim do túnel”, destaca. 

Paulo Arthur Fernandes, 44 anos, trabalha com música há mais de 25 anos, e nesse período buscou dar ênfase em aulas online de violão e guitarra. “Acredito que essa é a hora de todos usarem a criatividade e se reinventarem. As pessoas acabam se acomodando. Estou buscando cada mais vez mais a dar aulas de forma online e preparando vídeos para que sejam inseridos em uma plataforma”, disse. 

O músico que também é guitarrista da banda Armação Ilimitada lembra que a banda estava com shows agendados para os próximos finais de semana. “Cerca de 30% da minha renda eram dos shows. Mas nesse período fizemos duas lives e uma delas ajudou na arrecadação de R$ 55 mil para a compra de respiradores”, comemorou. 

 

O músico Paulo Fernandes, de 44 anos, deu ênfase nas aulas online de guitarra e violão. (Foto: Arquivo pessoal)

O empresário, dono de um pub de Ponta Grossa, Silvio Carlos Mendes Junior, 37 anos, lembra que sempre deu oportunidades para que artistas locais pudessem se apresentar. “Em média, eram três shows por semana, podendo chegar até 15 shows durante o mês, considerando eventos com mais de uma atração”, lembra. 

Silvio, que também é músico, destaca a importância do incentivo à cultura ao dar oportunidades para os artistas. “Um palco com remuneração é um incentivador do desenvolvimento da cultura. E muitos artistas vivem exclusivamente de shows nos estabelecimentos. Como muitos artistas são trabalhadores informais, têm muita dificuldade em um momento como esse”, apontou.

 

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