Uma audiência agendada para esta terça-feira (10), pela Vara Criminal de Reserva, vai ouvir o delegado afastado do município sobre as suspeitas dos crimes de agressão e tortura contra uma mulher, de 45 anos, que encontra-se presa na cadeia pública do município. A audiência está marcada para às 9h30, na Comarca de Reserva, e deverá contar com oito testemunhas.
O caso está sob investigação, desde o início deste ano, pelo Ministério Público do Paraná (MPPR), representado pela Promotoria de Justiça da Comarca e pelo núcleo de Ponta Grossa do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Além da autoridade policial, o MPPR denunciou outros dois servidores que atuavam na delegacia de polícia – um investigador e um agente de cadeia – também pela prática de crimes de tortura a detentos da carceragem local.
Na época, o marido da vítima conversou com a reportagem do Jornal Diário dos Campos e relatou que a violência incluiu agressões físicas pesadas e afogamento (em um balde de água). Ainda na denúncia, a Promotoria relatou que os três policiais teriam agredido a mulher e o seu filho, que também está preso, com o intuito de obter 'informações' sobre uma fotografia do delegado no celular do filho da presa.
"Como havia riscos de reiteração da conduta criminosa pela autoridade policial e de interferência no processo, foi requerido pelo MPPR o afastamento cautelar do agente do exercício de suas funções, o que foi deferido pela Justiça no dia 18 de março", informou em nota o MPPR.
Polícia Civil
A reportagem do DC procurou a Polícia Civil do Paraná (PCPR) para falar sobre o assunto. Em nota encaminhada à imprensa, o órgão informou que os policiais civis, tanto o delegado quanto o investigador de polícia e o agente, respondem a procedimentos administrativos, sob pena de demissão de cargo.
"É importante ressaltar que a PCPR pauta suas ações na legalidade. Atos irregulares cometidos por servidores são apurados e punidos de acordo com a legislação vigente", ressaltou a Polícia Civil.