O mercado brasileiro de exportação de grãos se fortaleceu no ano de 2018. Analistas apontam que uma das causas foi a guerra comercial e política da China e Estados Unidos. Com isso, os produtores brasileiros conseguiram exportar mais soja e milho para os chineses.
O analista de agronegócio, Fábio Meneghin, acredita que é bom momento para os produtores investirem no aumento das plantações de grãos, prevendo o crescimento da exportação. “Os países que compram nossos produtos trabalham de acordo com oferta e demanda. Se tiver mais soja e milho para vender, com certeza eles irão comprar”, explica. Meneghin revela que a China é o país que mais compra grãos brasileiros. Nesse ano, foram 94 milhões de toneladas de soja vendidas para eles.
A exportação desses produtos reflete também na produção da carne, por exemplo. Os grãos são moídos e processados para servirem de alimento para a produção de carne suína. “É um ciclo de produção. O Brasil conseguiu também ganhar o mercado de farelo de rações. Se exportamos menos farelo, o país que compra acaba afetado com menos produção de carne suína, o que desencadeia em outros prejuízos”, esclarece. O analista ressalta, que os brasileiros também conseguiram vender mais grãos, por conta da baixa produção da Argentina em 2018.
A venda do milho também se manteve em alta, mas com menos toneladas exportadas nesse ano. Meneghin conta que a safrinha do produto foi afetada pela seca, o que atrasou a colheita. Em 2018, foram exportadas 81 milhões toneladas do produto. Em 2017, a exportação ficou em 99 milhões de toneladas. Ou seja, o atraso na colheita resultou em uma queda de 18% na exportação.
A previsão é que em 2019 os produtores consigam aumentar o número de grãos produzidos para exportar, principalmente, milho e soja. O analista alerta que com a retomada da produção na Argentina e outros fornecedores que estão procurando a China, os produtores brasileiros devem ficar atentos para não perderem espaço no mercado. “Agora é a hora de investir e oferecer nossos grãos, que são de boa qualidade e grande quantidade. Temos que trabalhar para conseguirmos manter esse espaço que conquistamos”, explica.
