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‘Ayako’ é mangá para adultos sobre o pós-guerra no Japão

Chega ao Brasil com status de clássico o mangá Ayako, de Osamu Tezuka (1928-1989), quadrinista japonês conhecido por dar forma, traços e estilo ao mangá. Publicado originalmente na revista Big Comic, entre 1972 e 1973, o livro conta uma história do pós-guerra no Japão, repleta de conspirações, traições, corrupção do governo, movimentação da máfia e execuções com motivação política.

Autor de mangás clássicos destinados ao público infantojuvenil (shounen e shoujo, na denominação japonesa), como Astro Boy e A Princesa e o Cavaleiro, e famoso mundo afora pelos animes (desenhos animados, cuja pronúncia é animê), Tezuka também dedicou boa parte da carreira a quadrinhos adultos. Temas tão diversos como Buda, Adolf Hitler e o pós-guerra no seu país natal receberam atenção do quadrinista.

Essa é a primeira vez que Ayako é publicado no Brasil. A edição especial tem 720 páginas e é a primeira do Ocidente na ordem original, com os dois finais imaginados por Tezuka e em volume único.

 

No livro, a família Tenge vive na região de Tohoku, ao norte do Japão, quando Ichiro retorna da guerra, em 1949. Ele passa a ser visto com desonra na família e no seu vilarejo, por ter sido prisioneiro de guerra. Envolvido em esquemas políticos escusos, ele recebe a missão de assassinar um líder político da esquerda local, tarefa que vai acabar influenciando diretamente o futuro de toda a família.

A personagem do título é, a essa altura, apenas uma garotinha no meio de uma família que o leitor descobre, a cada página, está muito perturbada. Abusos, violência e crimes acabam condenando a menina a uma reclusão que, por sua vez, também definirá o futuro do clã.

 

O mangá se desdobra até os anos 1970, explorando nuances políticas, ramificações criminosas e temas tão diversos e sensíveis como choque de gerações, corrupção policial, violência contra a mulher e até incesto.

Especialista reconhecido no mundo dos quadrinhos, o jornalista britânico Paul Gravett recentemente definiu Ayako como o mangá asiático número 1 para "expandir seus horizontes".

Entre outros apelidos, Tezuka era chamado de Deus-Mangá.

 

AYAKO

Autor: Osamu Tezuka

Trad.: Esther Sumi, Marcelo Y. Salles

Editora: Veneta (720 págs., R$ 129,90)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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