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Boa safra de grãos deve alavancar novamente o PIB em 2019

No início deste ano o IBGE fez um levantamento que apontou que a agropecuária puxou para cima o resultado da economia brasileira. Enquanto o PIB nacional registrou aumento de 1% a agropecuária apresentou mais de 13%, com destaque para grãos como milho e soja. Segundo especialistas, essa força do agronegócio ao país deve se repetir, mas com menor intensidade por questões que extrapolam o campo.

A expectativa com relação à colheita de grãos é de que haja um volume maior que do ano passado, chegando próximo à safra recorde de 2016/2017. “Temos a previsão de um verão mais chuvoso, que é bem melhor que o tempo seco. A safra deve ser cheia, muito parecida com a do ano retrasado que foi a maior da história”, explica o presidente do Sindicato Rural de Ponta Grossa, Gustavo Ribas Netto.

Mas além do volume da colheita, o mercado pode influenciar a rentabilidade do agronegócio, principalmente da soja. O Brasil é o segundo maior produtor mundial do grão, disputando o primeiro lugar com os Estados Unidos, que atualmente está colhendo uma safra excelente em termos de produtividade. Contudo, a briga comercial travada entre os norte-americanos e os chineses tem refletido positivamente por aqui. “Com a sobretaxação da soja americana está vantajoso para a China importar do Brasil. Com certeza se tivermos um câmbio favorável poderemos ter bons negócios”, aponta Ribas Netto.

E a cotação do dólar deve ser o fiel na balançaentre produção e produtividade no agronegócio brasileiro. Em caso de supersafras no Brasil e nos EUA o valor do produto tende a cair, mas uma estabilidade mais alta da moeda americana favorece os agricultores brasileiros, explica Douglas Fanchin Taques Fonseca, produtor agrícola e presidente da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (Acipg). Segundo ele, há um otimismo entre os produtores devido ao bom preço do dólar e estimativa de produção elevada, mas receio de queda ainda maior no valor de venda do produto. “A soja está com preço baixo, mas como o dólar ainda está com preço bom não está ruim para nós”.

Essa baixa é fruto de vários fatores. De acordo com o corretor de grãos, Adriano Carneiro dos Santos, há uma instabilidade do mercado por conta das eleições e de fatores como valor do frete e do diesel. “O mercado é afetado porque há um receio do comprador que prefere aguardar para efetuar novos investimentos”, aponta.

Na opinião de José Gilmar Carvalho de Oliveira, analista de mercado, mesmo com o crescimento da produção, que será melhor que a safra passada, a tendência de impacto no PIB deve ser menor que em 2018. “A economia ainda está devagar, mas está melhorando e com a queda do preço a diferença nesse ano não deve ser tão grande como foi”.

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