O programa federal Bolsa Família começou a ser aplicado em todo o país em 2004, em um esforço por auxiliar as famílias em situação de vulnerabilidade social com um repasse mensal de recursos. Para garantir que os pagamentos sejam direcionados para quem mais precisa, o governo vem realizando atualizações constantes nos cadastros. Em Ponta Grossa, foram suspensos 1.969 benefícios nos últimos cinco anos. Outros 596 tiveram os pagamentos cancelados. Os dados foram fornecidos pela prefeitura de Ponta Grossa.
Os motivos foram melhorias na renda, detecção de irregularidades em documentos ou a falta de cumprimento de alguma das regras previstas para usufruir dos recursos. Por exemplo, garantir que os filhos dos beneficiários estejam matriculados e frequentando o ensino regular.
Em Ponta Grossa, o número de pessoas beneficiadas oscila mensalmente. Mas, em 2018, o município contava com 10,5 mil beneficiários. Para algumas pessoas, os recursos disponibilizados são a única fonte de renda. É o caso de Marli do Nascimento. Aos 57 anos, ela depende da ajuda da filha para tarefas do dia a dia. Como ela passa por tratamento para diabetes, problemas do coração e pressão alta, os R$ 85 que recebe pelo programa vão, normalmente, para a compra de medicamentos. “É pouco, mas ajuda. Fora isso, conto com a ajuda da minha filha e de outras pessoas, que às vezes dão uma roupa ou comida”, diz Marli.
Para Fátima Aparecida Marins Venâncio, 28 anos, beneficiária desde 2015, os R$ 110 repassados pelo programa são um complemento importante. “Semana passada carpi um lote e recebi R$ 50. Gastei R$ 40 no dia comprando comida. O Bolsa Família ajuda bastante”, conta Fátima, que também tem problema de epilepsia. Muitas pessoas atendidas correspondem àquelas que, por problemas de saúde ou baixa escolaridade, não conseguem se manter por recursos próprios. Segundo os dados disponíveis no registro de informações, a região com maior concentração de beneficiários do Bolsa Família é do território de Uvaranas, concentrado na região da vila Coronel Cláudio.