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Bolsonaro volta a defender nas redes sociais abertura do comércio e isolamento só para idosos

Depois do pronunciamento oficial feito na noite desta terça-feira (24), em que contrariou todas as recomendações das autoridades sanitárias para este período de quarentena em razão do avanço da pandemia de coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro voltou a defender, na manhã desta quarta-feira (25), em suas redes sociais, que o Brasil não pode parar.

Em um post divulgado em sua conta pessoal no Twitter, o mandatário disse que "38 milhões de autônomos já foram atingidos e se as empresas não produzirem não pagarão salários". E continuou: "Se a economia colapsar os servidores também não receberão. Devemos abrir o comércio e tudo fazer para preservar a saúde dos idosos e portadores de comorbidades."

No post, o presidente divulgou vídeo com uma foto em que aparece ao lado do presidente dos EUA, Donald Trump, com a seguinte frase: "O Brasil não pode acabar", para reiterar que o homólogo norte-americano está na mesma linha que ele, defendendo que os prejuízos da economia paralisada, com a quarentena, poderão ser mais danosos do que o próprio vírus.

Críticas

A posição de Bolsonaro, em contrariar as determinações das autoridades sanitárias para a quarentena, recebeu muitas críticas, inclusive dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) que consideraram o pronunciamento do mandatário de equivocado. "O País precisa de uma liderança séria, responsável e comprometida com a vida e a saúde da sua população. Consideramos grave a posição externada pelo presidente da República, disse Alcolumbre.

Críticas aos governadores de SP e RJ

No mesmo dia em que tem agendada uma reunião virtual com os governadores de São Paulo, João Doria, e do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, o presidente Jair Bolsonaro acusou os dois chefes do Executivo nos Estados de "fazer demagogia" no enfrentamento à pandemia de novo coronavírus.

Doria e Witzel são adversários políticos do presidente. Para Bolsonaro, "os governadores do Rio e de São Paulo estão fazendo demagogia para esconder problemas"

O presidente deu a declaração ao deixar o Palácio da Alvorada na manhã desta quarta. Às 9h estava agendada uma reunião por videoconferência com os chefes dos governos estaduais do Sudeste.

O encontro é o terceiro da série de reuniões virtuais com governadores. Na segunda-feira, 23, Bolsonaro falou com os governadores do Norte e do Nordeste. No dia seguinte, foi a vez do Centro-Oeste e do Sul, da qual o governador do Paraná, Ratinho Júnior, participou e apresentou pedidos como a suspensão do pagamento de dívidas dos Estados junto a União.

Isolamento só para idosos

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que pedirá ao Ministério da Saúde mudança na orientação de isolamento da população durante a pandemia do novo coronavírus. Ao deixar o Palácio da Alvorada nesta quarta. Bolsonaro relatou que vai conversar com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, sobre a decisão.

Após fazer um pronunciamento criticando o confinamento e defendendo a abertura de comércios e escolas, o chefe do Planalto pediu a adoção do que chamou de "isolamento vertical", ou seja, somente para idosos e portadores de comorbidades.

"Conversei por alto com o Mandetta ontem (terça). Hoje vamos definir essa situação. Tem que ser, não tem outra alternativa", disse Bolsonaro ao deixar o Palácio da Alvorada. "A orientação vai ser vertical daqui para frente. Eu vou conversar com ele e tomar a decisão. Não escreva que já decidi, não. Vou conversar com o Mandetta sobre essa orientação."

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