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“Buscamos preservar empregos”, destaca Casa da Indústria de PG

Em Ponta Grossa a indústria é o setor responsável por quase um quarto de todos os empregos com carteira assinada da cidade; são mail de 24,5 mil trabalhadores contratados – o que gera uma preocupação quanto aos impactos que a atividade está sofrendo devido às medidas restritivas de combate à pandemia do novo coronavírus. Em entrevista ao jornal Diário dos Campos, a diretora executiva da Casa da Indústria de Ponta Grossa, Priscilla Garbelini Gravonki, comentou o que vem sido feito pelo setor para tentar minimizar as consequências negativas da crise sanitária.

“Estamos apoiando desde as micro e pequenas até as multinacionais, tentando preservar empregos, garantir a saúde dos trabalhadores e evitar o colapso econômico. Nos antecipamos e tentamos dar esse suporte logo que começaram a surgir os problemas, no começo demonstrados pelo comércio exterior e posteriormente pela questão operacional”, afirmou a representante da entidade patronal.

Segundo ela, ainda não há dados fechados relativos aos impactos que já foram sentidos, tanto os relacionados à manutenção de empregos, quando a faturamento. “Os números devem aparecer na próxima semana, quando fechamos 15 dias das medidas efetivas [como a restrição ao funcionamento de estabelecimentos em Ponta Grossa]”, conta.

Segmentos

Questionada sobre quais segmentos industriais devem ser mais prejudicados neste período, a diretora afirma que, “como o problema é geral e mundial, são vários os setores afetados concomitantemente, cada um na sua especificação”. Com a queda do consumo de alimentação fora de casa o setor da panificação é um dos que sofre uma baixa significativa, por exemplo. “Há também empresas com falta de insumo, impossibilidade de exportação e que enfrentam problemas logísticos devido aos decretos de alguns estados terem sido mais fechados, barrando a passagem de pessoas e produtos”, lembra Priscilla.

Conforme ela destaca, o efeito é em cadeia. “Temos aqui muitas empresas que fabricam produtos para linhas de produção de montadoras, por exemplo. Como essas montadoras estão paradas, elas param também. O efeito em cadeia é muito grande não só na produção, serviços e comércio, mas também entre localidades”, analisa.

 

Queda no consumo

Na avaliação da diretora da Casa da Indústria o fechamento e restrições quanto ao funcionamento do comércio impacta diretamente a produção fabril, mas a mudança de comportamento do consumidor tem efeitos ainda mais intensos. “A produção tem que ser colocada no mercado e não está sendo por falta de consumo, e não apenas devido ao fechamento do comércio, mas ao medo da população de gastar nesse período em que não se sabe se há garantia do emprego. A cadeia não vai apenas até a venda, mas na ponta mais longe que é o consumidor”, explica Priscilla.

 

Apoio governamental

Para a representante da indústria local, o apoio do governo é essencial em um momento como este. “Estamos tentando segurar as demissões. Com a última MP percebi que muitas empresas que já tinham dado aviso prévio voltaram atrás porque terão subsídios financeiros. Num primeiro momento a redução da jornada e antecipação de férias foi suficiente para segurar 15 dias, mas agora sentimos que é necessária uma injeção monetária – o que deve acontecer a partir da MP 936”, afirma Priscilla, destacando que o alívio na tributação também é essencial para a manutenção dos empregos.

Priscilla Gravonski destaca que após regularização de suspensões contratuais e reduções de jornadas algumas empresas cancelaram demissões já programadas (Foto: José Aldinan)

 

Segurança do trabalhador

Além das medidas econômicas a diretora executiva da Casa da Indústria de Ponta Grossa também ressalta as adaptações que têm sido feitas na rotina de trabalho das empresas para garantir a segurança dos trabalhadores em relação ao combate ao novo coronavírus. “Em empresas maiores já temos muito forte a NR 12 que distancia um trabalhador do outro na linha de produção; por isso, nossa maior preocupação não é nela, mas em alguns gargalos como bebedouros, banheiros, transporte e refeitórios”, lembra ela.

“Temos buscado dar o suporte da orientação com cartilhas de apoio, que indicam, por exemplo, divisão de turnos e jornadas tanto de trabalho quanto de pausas, para fugir dos picos de transporte e ter mais espaçamento nos horários de alimentação, por exemplo”, conta Priscilla Gravonski.

 

O que esperar

Para a representante das indústrias ponta-grossenses, duas vertentes são decisivas para ditar com será o comportamento da economia e da atividade fabril nas próximas semanas: “as questões legais, que dizem o que podemos fazer para segurar empregos e trazem decretos proibitivos, e a evolução da própria doença e suas contaminações”, conclui.

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