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Caminhoneiros discutem paralisação a partir desta semana

Um ano e três meses após o término da greve dos caminhoneiros que parou o país e reflete na economia até hoje, a categoria está discutindo uma nova paralisação que pode ter início já nesta semana. Na região metropolitana de Curitiba a concentração já foi iniciada nesta segunda-feira (2) em um posto em Quatro Barras.

Um dos organizadores do movimento, Plínio Dias, presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas de São José dos Pinhais (Sinditac SJP), afirma que a previsão é de que o movimento ganhe força a partir de quarta-feira (4), quando os caminhoneiros mobilizados já devem ter feito as descargas e tenham chego no ponto de encontro.

Nos Campos Gerais o movimento está sendo defendido por trabalhadores individualizados, organizados por meio das redes sociais. Um dos representantes do grupo é Januario Skvira, que afirma que a região está alinhada com o Sinditac SJP. “Estamos sob alerta, buscando trabalhar o mínimo possível com caminhão na pista. Há grupos no país inteiro se mobilizando, e podemos iniciar uma paralisação aqui a partir de quarta-feira (4)”, afirmou Januário à reportagem do Diário dos Campos.

Também procurados pelo DC, o Sinditac PG, o Sindiponta (Sindicato das Empresas de Transportes de Carga) e a CNTA (Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos) afirmaram que não estão prevendo a adesão à paralisação. “Para deflagar uma greve há um procedimento que inclui a realização de uma assembleia para votação, e até agora nenhuma reunião está prevista”, informou a CNTA.

Já a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) respondeu, em nota, que por ora não se posicionará em relação à greve por ainda estar lidando com o ônus judicial gerado pela paralisação de 2012 em São Paulo e a nacional de 2018. “A Associação representa os interesses de, aproximadamente, 600 mil caminhoneiros autônomos em todo o país. Não mediremos esforços para garantir melhores condições de trabalho para a categoria, seja com a criação de novas políticas ou renovação das já existentes”, ressaltou.

 Reivindicações

As duas principais pautas atuais da categoria são o julgamento da constitucionalidade do piso mínimo de frete, que estava agendado para esta quarta-feira (4) no Supremo Tribunal Federal (STF), e a expansão do CIOT (Código Identificador da Operação de Transportes) para todos, ferramenta que regulamenta o pagamento do valor do frete referente à prestação dos serviços de transporte rodoviário de cargas.

“Hoje só os caminhoneiros autônomos precisam do CIOT, mas queremos que as transportadoras também tenham essa obrigatoriedade já que a ANTT pode multar quem não paga”, afirma Plínio Dias, do Sinditac SJP.

A mobilização também prevê pressionar o STF quanto ao julgamento da constitucionalidade da lei do piso mínimo do frete. “Essa lei já é vigente, mas estão alegando que é inconstitucional. Queremos que o governo faça fiscalização, para que ela seja cumprida. É inviável termos que acionar um advogado e movermos um processo toda vez que a transportadora não quer pagar o determinado”, destaca o caminhoneiro Januário Skvira.

 

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